Sexta - 07/março

Olá, pessoas!

Ontem, na Lambda 42, ocorreu nosso encontro de sexta. O que eu joguei foi:

- Ticket to Ride: Europe (Rafaelfo, Pedro, Ricardo e eu) - partidinha para aquecer, enquanto o Rafael esperava pelo retorno do Trentini. Tentei algo diferente desta vez, indo pelas rotas curtas, tentando colocar a maior quantidade de trens o mais rápido possível, basicamente o contrário do que tento normalmente, que são os trechos mais longos por mais pontos. Deu só parcialmente certo - rolou acabar com os trens bem ligeiro, porém não consegui que os outros ficassem com objetivos sem cumprir (exceto o Pedro que ficou com alguns). Ao final, mesmo com os outros com várias cartas em mãos e trens sem uso, a pontuação ficou bem próxima (já que meus trechos renderam, em média, menos): 109 para mim, contra 106 do Rafael;

- PLAGUE: The Card Game (Perusso, Pedro e eu) - praticamente uma partida de intervalo. A princípio o Perusso e eu estávamos disputando mais as cartas, com vantagem para mim, que ganhei duas rodadas. O Pedro, então, recuperou-se e empatou comigo em dois. Porém, daí, ganhei mais duas rodadas e saí vencedor, com 4 rodadas, contra 2 do Pedro;

- Automobile (Pedro, Perusso e eu) - minha estreia no jogo. Este é um jogo econômico do Martin Wallace, onde o objetivo é fabricar e vender carros, lá pelo final do século XIX e início do século XX. É um jogo bem apertado: somente 4 rodadas, com 3 ações por rodada. Cada rodada começa com os jogadores sorteando, secretamente, as demandas de veículos para aquela rodada (cada jogador conhece só a demanda que pegou, tendo que estimar a dos outros). Depois cada um, em ordem de turno, escolhe um patrono - uma personalidade marcante da indústria automobilística que cede algum tipo de benefício para aquele que o seleciona - por exemplo: o Ford permite fazer uma fábrica a mais com a ação de construir fábrica, o Sloan perdoa parte da dívida do jogador, o Howard garante a venda de dois carros, etc. Depois vem a parte das ações - cada jogador fará uma, das três que terá, de cada vez; as ações mais comuns são: fazer uma ou duas fábricas (seleciona-se onde a mesma será construída, o que define o tipo de carro a ser feito: popular, médio ou de luxo), pagando o custo indicado no tabuleiro; produzir carros - existe um mínimo e um máximo, dependendo da quantidade de fábricas, que deve ser respeitado; enviar vendedores para o salão do automóvel (até um máximo de três); e conseguir cubos de pesquisa (com esses cubos são pagos os avanços na tecnologia dos carros, e também a propaganda). Depois da fase de ações, vem aquela na qual os jogadores podem fechar fábricas (recebendo de volta metade do valor pago para abri-las), fazer propaganda (ajuda a vender veículos) ou fazer promoção (também ajuda a vender veículos, mas a um preço reduzido). Então os vendedores do jogador, um a um, são alocados - existem espaços para um número limitado deles, e é preciso escolher qual dos três tipos de carro cada um irá vender. Em seguida vem a fase de atender a demanda: são reveladas todas as peças pegas no início da rodada e os números (que vão de 2 a 5) são somados e aquela quantidade de carros serão vendidos - indo na ordem das fábricas, pois aquelas com os carros mais novos tem vantagem na procura, mas aqui entra em cena o uso da propaganda e/ou da promoção feita anteriormente. Após esta fase de venda, vem a fase do prejuízo: os jogadores recebem cubos pretos (que representam prejuízo) para as fábricas defasadas, para cada carro não vendido e para cada vendedor que não pode ser alocado; daí é preciso pagar por cada cubo preto (um valor que aumenta a cada rodada). Basicamente é isso - repetem-se esses passos por 4 rodadas e, ao final, quem tiver mais dinheiro, vence! A partida, em três, não foi das mais emocionantes: a demanda é alta para esse número, e todos nós conseguíamos vender nossos carros produzidos - a preocupação com a demanda só ocorreu no começo, quando nós três produzíamos carros do mesmo tipo, e na rodada final, mas só entre o Perusso e o Pedro, que batalharam pela venda dos carros populares. Jogamos com uma regra errada: a ação de produzir carros vale para todas as fábricas do jogador, mas fizemos com que só valesse para um tipo de carro (por exemplo, se eu tenho fábricas de carros de luxo e populares, precisei usar uma ação para produzir carros de luxo e outra para produzir carros populares), e isto fez com que a quantidade de vendas realizadas fosse menor do que o usual, e com isso, o Perusso e eu usualmente nos víamos sem dinheiro ou quase sem, isto mesmo na última rodada! Ainda assim, foi válido para aprender o jogo, e ver como todos os mecanismos funcionam muito bem integrados. Imagino que, jogando em 4 ou, ainda melhor, em 5, a pressão deve ser constante e muitos dedos serão enfiados nas sopas dos outros durante a briga para vender carros, valendo-se principalmente de vendedores, propaganda e promoção, três fatores que fizeram pouco em nossa partida, exceto em um ou outro ponto eventual. Ainda assim, mesmo sem a disputa esperada, a partida foi decidida só nas últimas vendas, quando uma decisão equivocada do Perusso, que estava borocochô desta a primeira rodada por causa de uns erros na abertura de fábricas, levou o Pedro e ele para o buraco. No final, além de um belo jogo (o papel usado nas peças daria para fazer pelo menos 2 jogos de qualidade normal), o Automobile mostrou-se bem pensado e interativo, contudo certamente não foi feito para três jogadores;

- Fairy Tale (Pedro, Perusso e eu) - foi uma tranquila partida de aprendizado para o Perusso e re-aprendizado para o Pedro. Sem muitos bloqueios (talvez exceto de mim para com o Pedro), o jogo rolou fácil. Achei que tinha levada a partida, por ter todas as minhas doze cartas viradas para cima, mas calhou que o Perusso, além de fazer bom uso das cartas pretas (o que fez com o Pedro e eu tivéssemos que nos valer de carta de menor valor para desvirar as cartas viradas) encaixou um combo que lhe rendeu muitos pontos, e mesmo com umas três cartas viradas para baixo, ele ganhou com 44 pontos, seguido por mim, com 42;

- Love Letter (Trentini, Perusso, Pedro e eu) - uma partida de saideira para o Pedro, então jogamos somente até alguém obter duas vitórias. O Pedro estava com a mira afiada (mesmo caindo de sono) e fez o Perusso até crer que havia algum sistema interno de TVs permitindo ao Pedro ver as cartas dele. Assim, com méritos, o Pedro foi quem venceu primeiro duas rodadas, com todos os demais com uma;

- Glory to Rome x2 (Henrique, André e eu) - foram duas partidas. A primeira, de aprendizado, não foi de modo algum cordial: todos valeram-se constantemente das ações do Legionário para tentar pegar materiais das mãos dos outros. Com um cliente Legionário, fiz melhor uso de tais ações e acumulei uma grande quantidade de materiais, o que me serviu para fazer construções e, principalmente, para ir para o cofre, com o uso de ações de Mercador. O André estava travado, com pouca clientela e batendo-se para construir, enquanto o Henrique tinha uma máquina tremenda de construção. Mas, no final, a diferença foi o cofre, e, assim, venci com 29 pontos, contra 25 do Henrique. Na segunda partida, já conhecendo o andamento da partida, o jogo foi bem mais longo, com as construções sendo mais bem pensadas para que tivessem efeito máximo. Como na outra partida, o Portão serviu-me bem, dando-me uma mão maior de cartas e permitindo-me construir com velocidade por usar meus clientes mercadores para qualquer efeito. O André encaixou um combo para entupir o cofre de materiais, mas eu estava conseguindo acompanhá-lo nisso, pelo menos em quantidade (em qualidade, com vários mármores, ele estava na frente), mas como eu tinha mais construções, a pontuação deveria estar bem próxima entre nós dois. No entanto, quietinho em seu canto, o Henrique transformou todos seus clientes com Trabalhadores e, também valendo-se do Portão, utilizou o efeito do Conselho Plebeu para vencer direto a partida, sem contagem de pontos - uma grande jogada, pois em pontos estaria bem atrás. Acho que ambos gostaram do jogo, ainda que o André tenha se chocado em como as capacidades das construções podem ser poderosas, então expliquei a ele que o Glory to Rome é um jogo de corrida para ver quem quebra primeiro e da melhor forma, o jogo, pois é combo em cima de combo. Eu, claro, curto demais essa desabalada carreira!

E foi isso!

Abs,

Voltou a funcionar os links e formatação no fórum?

Quanto aos jogos, depois publico o que joguei, mas adianto-me a dizer que essa jogatina foi bem intensa, chegando a ter 2 partidas de Space Empires 4X rolando simultaneamente, TTA entre outros jogos!

Foi uma sexta muito legal mesmo. Bem proveitosa.
Comecei com uma partida de SE4X com o Jorge. Apresentando o jogo para ele opitei pelo cenário curto, com as regras básicas apenas. Mesmo assim o jogo já mostra boa parte da sua graça. 
Comecei bastante agressivo e já na terceira rodada estive passeando pelo home system do Jorge com alguns scouts, nada muito grave, só pra dar um clima.
Mais pro final do jogo, com uma frota agora um pouco mais significativa, ataquei um dos flancos do Jorge, enquanto ele vinha pra cima de mim pelo outro, embora de forma mais leve, apenas com alguns scouts que dançaram pelos meus sistemas indefesos e me custaram uma boa grana até que eu pudesse os caçar e matar. No final minha experiencia pesou mais e acabei dando bastante trabalho pro Jorge em seu home system. O Jorge tinha naves maiores, mas as minhas carregavam melhores tecnologias de ataque e defesa e, ainda, vinham em maior número. Fui de colônia em colônia do Jorge, exterminando algumas e apenas embargando outras. Depois de uma onda de ataques minha e com unidades em ambos os flancos do Jorge, ele reconheceu a derrota, talvez meio cedo, mas o André estava sem jogar nada também.

Inacreditavelmente (para alguns), após essa partida eu e Jorge, desta vez junto de Leonardo, encaramos uma partida de TtA. Era a primeira vez do Jorge, que se saiu muito bem, mesmo, apesar da derrota. O Léo ficou com uma esmagadora vitoria por 191 pontos, depois de construir uma civilização exemplar, a despeito de sua falta de recursos. Eu joguei muito mal, tendo passado a segunda era toda com um líder da primeira e olha que nem era dos melhores, a Joana D'Arc. Ainda, não fiz nada, absolutamente nada, de extraordinário... mantive apenas os tipos básicos de construções urbanas e nem apelei no militar quando era claramente este o caminho que deveria seguir. Ser desposta até o inicio da última era me custou muito e se não fosse eu o único a construir uma maravilha da referida (que me rendeu 19 pontos), possivelmente seria o ultimo colocado.
O Jorge, como eu disse jogou muito bem para sua primeira vez e embora tenha cagando pro militar elegeu o Gandhi, o que imunizara das guerras e agressões mais cruéis. Chegou a escorar 15 de cultura perto do final do jogo, o que é uma marca bastante impressionante.

O Jorge ao final disse que achou o jogo um tanto aleatório, mas isso já era esperado, pois é senso comum daqueles que jogam pelas primeiras vezes. O jogo é de cartas e padece de aleatoriedade sim, embora com o tempo aprenda-se a contornar a mesma e assim minorar seus efeitos.

Terminei a noite com algo mais leve, embora não tanto. O Tribune, um worker placement com set collection bem bolado. Esse foi arrebatado pelo Henrique com 29 pontos (depois de imaginar ter feito 17!?), seguido pelo André com 28, eu com 23 e Léo com 21.

Foi isso.

Abraços a todos e até uma próxima.

Nesta sexta, além do já relatado Ticket To Ride, ocorreram para mim SE4X e El Grande.

Space Empires 4X (Trentini e eu)
Enquanto isso, em uma realidade alternativa, em uma galaxia similar a relatada pelo Libonati, apresentei o jogo para o Trentini. Jogamos também no menor cenário, usando apenas as regras básicas.
O Trentini é um rapaz muito voraz, e já foi procurando ser logo bem agressivo no jogo - pelo menos em suas explorações. Isso não é nenhum pouco ruim, mas é necessário tomar cuidado para não acabar perdendo tempo/naves/recursos nesta empreitada, e foi um pouco do que aconteceu com ele. Do outro lado, acabei (como de praxe) sendo conservador e explorando normalmente meu setor da galaxia. Resultado: consegui mais recursos para planejar ataques pontuais ao Trentini, e por volta da rodada 6 estava lá importunando seus planetas. Seguimos então até a rodada 8, quando, milagrosamente, o Trentini conseguiu conter um ataque derradeiro ao seu planeta natal... bom, pelo menos parecia derradeiro, pois o poder de fogo de minhas naves era facilmente umas 3x o das dele... mas...... eu perdi TODAS minhas naves e ele nenhuma! o.O Malditos dados ases intergaláticos do inimigo!
De todo modo, mesmo com a perda de minha frota, já era tarde demais para uma reviravolta do Trentini, que tinha aproximadamente 1/3 de suas colônias (estas, geradoras de recursos) destruídas ou em fragalhos neste momento. Toalha jogada no turno 8.
SE4X, eu te amo, mas te amo muito mais quando jogado de maneira completa e em mapas grandes! Trentini e Jorge, próximo passo: SE com regras avançadas!

El Grande (Perusso, Trentini e eu)
Finalmente introduzi o El Grande em meu currículo! Todos falavam de como era bom e que eu tinha que conhecer também... muitos deste grupo já aproveitaram de seus prazeres e poxa, realmente, já era tempo! Bom! Recomendo a todos e que não fiquem com preconceito com o El Grande, caso tenham...
Resultado: Perusso 129, Trentini 124 e Rafael 112.

tiagovip escreveu:
- Automobile (Pedro, Perusso e eu) - (...) No final, além de um belo jogo (o papel usado nas peças daria para fazer pelo menos 2 jogos de qualidade normal), o Automobile mostrou-se bem pensado e interativo, contudo certamente não foi feito para três jogadores;

Fico feliz que você tenha gostado do Automobile, Perreto. Devo o levar nas próximas sextas, já que o Trentini não jogou e sei que o Fabiano tem interesse de conhecer. Achei que a partida de vocês demorou um pouco além da conta, mas talvez pelas discussões envolvendo regras.

É um dos jogos que mais curto da minha coleção, acho a pegada econômica dele bem forte e com uma diversidade estratégica bem bolada!

Nessa sexta provavelmente eu vá. Sendo o Automobile um dos meus jogos favoritos, gostaria de estar numa próxima mesa!

Lembrando, eu estou com dificuldade para jogar nas sextas. Convites durante a semana (segunda~quinta) são muito bem vindos!
Eu sei que tem jogos terças e quartas (pinhão e manticore), mas eu prefiro ir sabendo que há amigos conhecidos.

As partidas que participei foram já bem relatadas pelos colegas, foi um dia bem legal, mesmo! Rafa, Libo e Jorge, temos que marcar um fim de semana e jogar o mapa completo e as naves e tecnologias avançadas.

El grande é um jogo de extremo bom gosto, a duração do jogo é pequena mas a diversão é enorme. Dominant Species bebe bastante da água de El Grande mas de uma forma bem mais impiedosa.