Tabuleiro Redondo 013 - Financiamentos Coletivos

Boa noite pessoal, desculpem o atraso, tive um dia bem completo.
Hoje falaremos sobre os financiamentos coletivos. O que o faria apoiar um projeto e o que o faria desistir? Você concorda com as pré vendas disfarçadas?
Enfim, comentem aí o que acham do assunto...

Tema foda esse ai. Amanha o debaterei

Bem, participei dos seguintes financiamentos:

 1) Summoner Wars. Motivo: Uma empresa nacional vai trazer um jogo recente e precisa de ajuda? Estou dentro. Fiquei satisfeito com o resultado, com exceção da caixa. Valeu a pena, gosto muito do jogo.

 2) Double Fine (Broken Age). Motivo: o cara que fez os meus adventures favoritos está pedindo dinheiro para fazer mais um? Estou dentro. Fiquei muito satisfeito com a primeira parte. A segunda está para ser lançada nos próximos dias.

 3) Mages Initiation. Motivo: vão fazer um jogo semelhante a um dos meus RPGS favoritos da década de 90 (Quest for Glory)? Estou dentro. Ainda não ficou pronto mas joguei o preview e gostei bastante.

 4) Sentinels of Multiverse: Wrath of Cosmos. Motivo: Adoro o jogo, gostei da descrição dos vilões e dos heróis (principalmente o Guise) e o Tiago sugeriu racharmos o frete. Fiquei muito satisfeito.

 5) CuCu Dice. Motivo: Projeto esperto e temática legal. Estou dentro. Ainda não terminou a campanha.

 Como vocês podem ver, só participo por um motivo forte. Não me vejo pagando por algo que não conheço ou que muitas pessoas já conheçam e tenham criticado ou recomendado. Quase participei do Cthulhu Wars mas preferi esperar o resultado.

  Gosto dos stretch goals, acho que eles motivam ainda mais a participação e não vejo problema se os extras não forem lançados para venda posterior. Também não me importo com atrasos ou com o fato de chegar nas lojas antes de chegar para quem ajudou no financiamento.

Binderman escreveu:Gosto dos stretch goals, acho que eles motivam ainda mais a participação e não vejo problema se os extras não forem lançados para venda posterior. Também não me importo com atrasos ou com o fato de chegar nas lojas antes de chegar para quem ajudou no financiamento.

Isso já me incomodou mais, hoje também não me importo com atrasos ou receber depois. No entanto, acho que seria no mínimo educado, que as empresas enviassem primeiro pros que contribuíram.

Olá!

Bem, sim, eu não sou totalmente contra o sistema de pré-ordem disfarçado de campanha de financiamento, mas, efetivamente, evito apoiar em 95% das vezes, mesmo quando envolve jogos que eu gosto/tenho interesse. Não vejo como sendo este o objetivo da coisa toda.

Ademais, o que me faz pular fora de algo são justamente os stretch goals. Os que envolvem coisas bobinhas - arte impressa, meeples extras, etc - são OK, agora efetivos componentes de jogo - cartas, personagens, regras/peças para mais um jogador, etc - esses tendem a me deixar com o pé atrás por dois motivos:

a) Se fosse essencial já viria com o jogo, e se for essencial, foi malandragem ter retirado algo só para incluir depois como stretch;

b) Muito, mas muito raramente, adicionais relevantes passam pelo mesmo processo de balanceamento, testes e polimento que o resto do jogo passou. Assim, normalmente,te fica-se com algo à beira de ser quebrado, ou definitivamente quebrado (como, por exemplo, o deck de cartas do Glory to Rome baseado em cartas feitas pelos fãs).

Eu, no geral, apoio quando gosto muito da proposta, e, ultimamente, ando apoiando mais projetos nostálgicos, como o Lone Wolf RPG, um wargame baseado também neste cenário, uma HQ do Trolltooth Wars, etc.

Abs,

Participei de 2 financiamentos no exterior (Glory to Rome e Neptune) e um aqui no Brasil (Coup), e tive dessabores em todos eles. O atraso foi o maior problema, mas isso hoje não me incomoda mais. O que eu achei ruim mesmo foram stretch goals feitos pra enganar bobo. O saquinho roxo do Coup é uma vergonha, era o alvo mais alto da campanha. O Glory to Rome entregou cartas especiais que são injogáveis, pois não foram testadas direito. Enfim, isso me incomodou e continua me incomodando.

Antes eu tinha aversão a projetos de pré venda, ou projetos de empresas que não necessitam de ajuda pra se financiar, mas isso também passou, hoje apoiaria sem problemas um Zombicide da vida.

Eu gostaria de estar numa fase mais consumista, pra poder apoiar uns 4 ou 5 projetos por ano, mas isso simplesmente não rola. Por isso, se eu acabar apoiando é porque o projeto é bem feito demais, o tema e mecânica do jogo são muito especiais pra mim e eu confio na empresa.

Ano passado o mercado nacional foi inundado com projetos duvidosos, e a maioria se deu bem porque aproveitou a enxurrada de novos jogadores que foram reinseridos no hobby graças ao facebook. Bem, o resultado a gente pode ver agora. Temos consumidores ressabiados evitando até os projetos promissores, e os projetos de aventureiros estão rareando. Aqui no Brasil a bolha estourou bem cedo e o mercado se retraiu. Já lá fora, com um mercado consumidor muito maior, ainda tem espaço pra muito coisa ruim.

Pra finalizar minha participação inicial, estou ficando mais aberto a voltar aos financiamentos coletivos, e estou à espera de alguma coisa bacana pra voltar a consumir por essa plataforma.

tiagovip escreveu:Eu, no geral, apoio quando gosto muito da proposta, e, ultimamente, ando apoiando mais projetos nostálgicos, como o Lone Wolf RPG, uma wargame baseado também neste cenário, uma HQ do Trolltooth Wars, etc.

tiagovip escreveu:Bem, sim, eu não sou totalmente contra o sistema de pré-ordem disfarçado de campanha de financiamento, mas, efetivamente, evito apoiar em 95% das vezes, mesmo quando envolve jogos que eu gosto/tenho interesse. Não vejo como sendo este o objetivo da coisa toda.

Ademais, o que me faz pular fora de algo são justamente os stretch goals. Os que envolvem coisas bobinhas - arte impressa, meeples extras, etc - são OK, agora efetivos componentes de jogo - cartas, personagens, regras/peças para mais um jogador, etc - esses tendem a me deixar com o pé atrás por dois motivos:

a) Se fosse essencial já viria com o jogo, e se for essencial, foi malandragem ter retirado algo só para incluir depois como stretch;

b) Muito, mas muito raramente, adicionais relevantes passam pelo mesmo processo de balanceamento, testes e polimento que o resto do jogo passou. Assim, normalmente,te fica-se com algo à beira de ser quebrado, ou definitivamente quebrado (como, por exemplo, o deck de cartas do Glory to Rome baseado em cartas feitas pelos fãs).

Mas será que pular fora por estes motivos é o mais correto a fazer?

• Você pularia fora de um projeto que adorou, feito pela CoolMiniOrNot, só porque eles estão se "aproveitando" da ferramenta?
  
• E quanto aos stretch golas, a gente sabe que tem muita coisa ali que é pra "inglês ver". A gente vê pelo projeto que as coisas que parecem fundamentais serão inseridas no jogo pois o mesmo ultrapassará os valores ali exigidos.
  

Eu já fui como você, mais ideológico, mas agora vi que não vale a pena pensar assim e perder uma oportunidade de ter um jogo maneiro, cheio de coisas especias, e por um bom preço, só por que não concordo com algumas políticas da empresa. Posso achar a CoolMiniOrNot uma empresa canalha e ainda assim apoiar coisas boas deles. Hoje me arrependo de não ter apoiado o Arcadia Quest deles.

Eu de modo geral não tenho uma opinião forte formada a respeito, não tenho tanto problema com pré-vendas feitas pelo financiamento coletivo, mas concordo que o foco principal deva ser em projetos que de outra forma seriam inviáveis de serem concretizados. De todo modo é tudo um modelo de negócios e se o consumidor não se sentir lesado com a forma como o financiamento ocorreu, está tudo bem para mim.

Participei de pouquíssimos financiamentos, a maioria fiquei satisfeito, mas ocorreram atrasos em TODOS os que eu participei, alguns mais outros menos.

Participei de

Tasnia: atrasou bastante e ainda rolou uma taxa absurda por conta do designer que enviou o produto declarado mais caro do que realmente era. O jogo é divertido mas é quebrado, precisou de house rules para resolver.

COUP Nacional: participei junto com o Fabiano e fiquei um tanto decepcionado em saber que muita gente conseguiu o jogo com antecedência na venda de um evento enquanto nós que ajudamos a financiar o jogo ficamos aguardando. O jogo é RUIM e as cartas extras são bonitas mas a regra inventada é totalmente mal testada e injogável.

Dungeon Lords Happy Anniversary Edition: Provavelmente foi o financiamento que mais fiquei satisfeito em apoiar até agora, ok, o jogo já tinha sido lançado antes e o modelo do KS não se adequa aqui como um lançamento novo, mas uma pré-venda de uma edição de colecionador de um jogo já lançado. Por que fiquei satisfeito com ele? Porque foi entregue com pouquíssimo atraso e foi um bom negócio para mim como cliente que trouxe junto o Dungeon Petz com expansão e recebi streatch goals legais como promos de outros jogos, alguns deles eu tenho, outro, o Last Will, acabei dando de presente para o Pedro. O sistema foi bacana e eu fiz um bom negócio, pagando mais barato do que eu efetivamente pagaria se esperasse sair nas lojas.

Steampunk Rally: Esse aí é um projeto que estou apoiando no Kickstarter e estou acompanhando a finalização dele que está agendado para Agosto, até agora estou satisfeito com o progresso e tenho alta expectativa com relação ao jogo, mas não posso dizer nada além disso pois o projeto não foi concluído ainda para eu dar o aval completo.

doizinho escreveu:

tiagovip escreveu:Eu, no geral, apoio quando gosto muito da proposta, e, ultimamente, ando apoiando mais projetos nostálgicos, como o Lone Wolf RPG, uma wargame baseado também neste cenário, uma HQ do Trolltooth Wars, etc.

Sample figure art: Lone Wolf, Human Footsoldier, Giak Doomwolfrider, Giak "Anti-hero" Kootak. When die-cut on sturdy 3mm card, these pieces look more like this . . .

doizinho escreveu:Mas será que pular fora por estes motivos é o mais correto a fazer?
[list]
[*]Você pularia fora de um projeto que adorou, feito pela CoolMiniOrNot, só porque eles estão se "aproveitando" da ferramenta?

Não só pularia, como já pulei. Qualquer campanha da Queen, CMoN, etc, eu nem dou bola.

doizinho escreveu:Eu já fui como você, mais ideológico, mas agora vi que não vale a pena pensar assim e perder uma oportunidade de ter um jogo maneiro, cheio de coisas especias, e por um bom preço, só por que não concordo com algumas políticas da empresa. Posso achar a CoolMiniOrNot uma empresa canalha e ainda assim apoiar coisas boas deles. Hoje me arrependo de não ter apoiado o Arcadia Quest deles.

É o peso da decisão. Mas se por um lado, perde-se (talvez por não ganhar algumas coisas exclusivas), ao menos tem-se algumas boas vantagens: ver a reação e comentários dos outros ao jogo antes de comprá-lo (ou não), e a efetiva possibilidade de comprar o dito mais barato (ainda que mais "vazio").

Abs,

O Financiamento Coletivo é assunto que dá pano pra manga e tem algumas variáveis.

Eu participo para compor os pacotes e baratear o custo do jogo para geral. Discordo da prática do uso da ferramenta por empresas mais consolidadas. Penso isso apenas pela impressão de que a possibilidade dessas empresas investirem em propaganda é muito maior, com isso acabam atraindo mais e ofuscando projetos que realmente dependem de incentivo, o que em muitos casos, não é decisivo para um lançamento da Queen Games ou da Cool Mini or not.

Os projetos brasileiros... bem, são brasileiros. Incorrem nas mesmas falhas e pouco muda. A divulgação em alguns casos é mal feita, o tempo de espera é maior do que o esperado e nunca vou me esquecer do fiasco que foi a tentativa de financiamento do Nations em que os apoiadores tinham direito de se sentir lesados pela falta de interesse em se manter o projeto, o detalhe é que isso ocorreu rapidamente por parte da empresa.

Eu já fui mais xiita em relação aos financiamentos coletivos de empresas grandes. Ainda acho uma perversão do sistema, pois ele não deveria ser uma pré-venda maquiada, mas sim uma forma de incentivar projetos que não tem grana para começar. As empresas com mais grana têm condições de fazer campanhas publicitárias em sites especializados e internet a dentro, fazendo com que os projetos que realmente precisem sejam ofuscados, pelo menos num primeiro momento, enquanto um big box da Queen ou uma continuação do zombicide batem mais de U$1mi. É mais ou menos como pensar a Universal pedindo grana para fazer um filme ou a Mercedez para lançar um carro elétrico!

Mas enfim, o mercado quase se regula sozinho, então se tem gente fazendo isso é pq tem gente comprando sem realmente se preocupar com as consequências ou qual o verdadeiro intuito do mercado, então que se fodam! Enquanto houverem bobos haverão espertos!

Participei de alguns KS, principalmente de expansões, e particularmente não me arrependo de tê-lo feito... as coisas vieram, dentro do tempo esperado e sem grandes aborrecimentos. Talvez pela exp do Flash Point que veio numa caixa de camisas e coisas assim, mas nada mto grave.

Qnto aos Strecth Goals eu acho bacana ter, mas deveriam ser realmente adições pequenas (pelo menos qndo se trata de jogos de tabuleiro)... nada de incluir mais um jogador, um novo board e coisas assim. Isso me deixa sempre temeroso. Mas aumentar a qualidade ou tamanho das caixas, dos componentes, HQs sobre o jogo, posteres, essas coisas acho bacanas.

Vi que agora no Brasil saiu (ou está para sair) um site de financiamento coletivo próprio para jogos, vcs acham que isso dá futuro?

libonati escreveu:Vi que agora no Brasil saiu (ou está para sair) um site de financiamento coletivo próprio para jogos, vcs acham que isso dá futuro?

Se tiver minis, sim!