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Firenze - resenha

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Mensagem por tiagovip Sex Out 04, 2019 3:58 pm

Firenze - resenha Pic1671238
Firenze é um jogo razoavelmente fácil de aprender e jogar, no qual você coleta cartas e tijolos de forma a construir torres/prédios em Florença e ganhar, com isso, prestígio. O melhor construtor será o vencedor!

O turno de jogo é o seguinte: você seleciona e pega uma carta de uma fileira com 6 cartas - cada uma dessas cartas começa com 4 tijolos nela. Todas as cartas têm, ou uma ação ligada à ela, ou irá fornecer (ou retirar) pontos. Nem todas as ações são positivas, e nem todas as cartas que dão pontos darão esses pontos para você - como, por exemplo, "o jogador com a maior torre em construção neste momento ganhará esta carta que vale 3 PP". Portanto, eventualmente, você quererá "pular" certas cartas da fileira. As cartas da fileira estão em ordem, da esquerda para direita, e para pular, digamos, a primeira e a segunda carta, para pegar a terceira da fila, é preciso pagar 1 tijolo para cada carta pulada - o tijolo pago vai para a carta que foi passada. Assim, ocorrerá que até mesmo as cartas ruins comecem a serem atrativas devido à quantidade de tijolos que haverá nelas. Além disso, é possível que o jogador simplesmente não tenha tijolos no estoque suficientes para pular pelas cartas ruins. É basicamente o que ocorre para a seleção das raças no Small World.

Depois que você pega uma carta, ela: ou irá para a sua mão, irá para outro jogador (como no exemplo que dei acima) ou irá para o tabuleiro, por ser uma carta condicional ("o primeiro jogador que completar uma torre de 5 níveis ganhará 2 PP"). As cartas com ações você pega para a sua mão e elas podem ser usadas já no mesmo turno em que foram pegas, ou em rodadas subsequentes - mas é preciso estar ciente que há um máximo de 5 cartas que podem ser mantidas, e cartas excedentes terão de ser descartadas ao final do turno do jogador.

Após escolher a carta, você pode pegar, ao custo de três tijolos de seu estoque, um tijolo qualquer que esteja sobre as cartas. Os três tijolos pagos irão para a carta da qual você pegou o tijolo. Agora vem o momento de construir. Você pode começar qualquer número de torres e colocar a quantidade de tijolos que quiser, maaaasss, somente os dois primeiros tijolos utilizados são de graça, de três para cima, é necessário pagar uma quantidade determinada de tijolos (3 tijolos - custa 1, 4 tijolos custa 3, e assim em diante). Qualquer torre que esteja em construção, vindo da rodada anterior, tem que receber pelo menos um novo tijolo a cada rodada ou tem que ser desmantelado - o jogador perde metade dos tijolos usados até então, pegando para o estoque a outra metade. É neste ponto que é preciso um gerenciamento cuidadoso: você quer construir rápido, mas, algumas vezes, será preciso ir aos poucos, para dar tempo de novos tijolos da cor necessária aparecerem nas cartas (cada nova carta que entra na fila vem com 4 novos tijolos, retirados aleatoriamente de um saco), ou que a carta com os tijolos que você precisa, desçam na fila, tornando-se mais barato pegar a carta. É preciso, portanto, uma boa avaliação de risco, pois é informação aberta a quantidade de tijolos de cada cor (brancos são os que mais tempo, roxos o que menos tem) e quantos tijolos de cada cor há no saco, dessa maneira é possível calcular as probabilidades.


Firenze - resenha Pic4262140


Depois de construir (e desmantelar torres que não receberam novos tijolos) você pode cumprir comissões. Para cada comissão preenchida, você coloca seu selo sobre o nível da torre utilizado - por exemplo, se você cumpri a comissão para a torre amarela de 7 níveis, ninguém mais poderá fazer o mesmo, estando aquele espaço bloqueado. Você recebe os pontos de prestígio associado ao nível da torre entregue. Há 4 espaços, aleatoriamente escolhidos, onde haverá 4 comissões especiais, que valem pontos extras quando cumpridas, mas elas devem ser entregues em ordem (ou seja, primeiro a I, depois a II, e assim em diante) - e isto é um grande ponto de competição, pois a quantidade de pontos adicionais é significativa.

O jogo encerra na rodada em que alguém usou seu último selo (e o primeiro a ficar sem selos recebe um bônus de 5 PP). Após isto, os demais jogadores que faltam jogar para encerrar a rodada ainda jogam, então o jogo acaba. Os pontos (positivos e negativos) dados pelas cartas são adicionados à pontuação recebida por cumprir as comissões e o jogador com mais pontos é o vencedor!

Firenze é quase um jogo de corrida: todos constroem o mais rápido possível para cumprir as comissões, mas claro, nem todos competem diretamente entre si - alguém pode estar construindo uma torre verde, outro uma vermelha, e outro uma branca e uma amarela. Mas, com mais tempo ou menos tempo, alguém irá disputar algo contigo: seja ser o primeiro a adquirir os bônus por construir torres com 5, 6, 7 ou 8 níveis, seja pelas comissões especiais. Mas com um suprimento limitado de tijolos, é preciso avaliar as opções: você pode querer cumprir uma comissão vermelha de nível 5, para ganhar pontos extras, digamos, mas é melhor cumprir uma comissão de nível 3 ou 4 do que ter de desmantelar a torre toda por falta de tijolos vermelhos. Vê-se, portanto, que a interação no jogo advém mais do bloqueio dos espaços e por pegar algo que o outro gostaria de pegar, no entanto ainda existem cartas com efeito direto nos outros participantes, tais como cartas que forçam a troca de tijolos, outras que exigem o pagamento de taxas pelas torres em construção, e, como já dito, aquelas que podem dar pontos para outrem.

A curva de aprendizado do Firenze é bem suave: joguei 6 partidas até o momento, e após perder os dois primeiros sem saber direito o que fazer, quando fazer, já na terceira partida estava competindo de igual para igual com os outros e conseguindo vencer (porém certamente ajudou que eu tenha lido as regras e que o Yucata não permite movimentos ilegais, além de ajudar no passo a passo da rodada com textos informativos sobre quais são suas possibilidades). Uma vez que você conheça as cartas e o andamento do jogo (coisa de uma ou duas partidas), você certamente jogará em nível parelho ao de outros mais experientes.

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O valor de replay do jogo parece ser alta: as cartas vêm em ordem diferente; os tijolos saem aleatoriamente do saco; e as comissões especiais também mudam de posição de jogo para jogo. Essas alterações irão, por conseguinte, modificar suas decisões (ainda que elas não alterem completamente, pois só há duas maneiras de pontuar no jogo: cumprindo comissões e pelas cartas, mas qual a melhor maneira de obter esses pontos poderá, sim, mudar).

Como todas as minhas partidas foram pelo Yucata, não posso comentar sobre os componentes do jogo.

Portanto, tudo ponderado, Firenze mostrou-se como um bom jogo, oferecendo decisões suficientes sem ser opressivo na quantidade de opções. Certamente é uma opção de nível de complexidade igual, ou ligeiramente acima, de jogos como Ticket to Ride e o Thurn and Taxis. Não consigo medir com precisão o tempo de uma partida, contudo, pelo que puder ver, dificilmente uma partida fugirá dos 60 minutos - talvez até um pouco menos, se for em 3 participantes. Assim, o Firenze é um jogo recomendado para quem procura um jogo que mistura estratégia com tática, tem certo grau de interação (mas não muita, a ponto de alguém sentir-se atacado) e tem um tempo razoável de partida.

E é isso!

Abs,




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