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Hey, that's my Fish! (resenha)

5 participantes

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Mensagem por Rafaelfo Sex Dez 05, 2014 11:51 am

Para um jogo de 15 minutos, lapidado de maneira elegante em sua simplicidade, esta barata caixinha cheia de pinguins famintos bem que poderia estar presente em mais coleções por ai.

Em Hey, that’s my Fish! cada jogador assume o controle de uma família de pinguins que deseja, mais do que tudo, capturar peixes antes que outras famílias o façam. No turno de cada jogador este move um de seus pinguins em linha reta pelo tabuleiro modular, formado por hexágonos que representam blocos de gelo com 1 a 3 peixes em cima. Os peixes são capturados quando um pinguim sai de um bloco de gelo em direção a outro e o bloco que o pinguim estava no início da turno é retirado do tabuleiro e adicionado à contagem do jogador. O jogador que obtiver a maior contagem de peixes coletados vence.

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Hey, that’s my Fish! com todos os seus componentes e setup completo (Imagem: Rafael Martins)

PÚBLICO-ALVO

Existe um apelo infantil frente ao tema e como ele é apresentado, porém não se deixe enganar! O Hey That’s My Fish! vai agradar desde sua priminha de 6 anos até aquele seu amigo competitivo que analisa a próxima rodada e todas as suas possibilidades, mesmo que seja “apenas” para mover um pinguim ali para o hexágono do lado… O jogo é simples o suficiente para cativar novos jogadores, amigos e familiares, e pode ser elevado a um título de grande competitividade se os interessados assim o encararem.

FICHA TÉCNICA

Versão analisada: Fantasy Flight, caixinha pequena (12,5 x 12,5 cm) de 2011 (não existe versão em português)
Designer: Alvydas Jakeliunas e Gunter Cornett (The Bottle Imp, entre outros)
Ilustrações: Sylvain Decaux (Descent: Journeys in the Dark 2nd ed.)
Design Gráfico: Chris Beck, Dallas Mehlhoff e Brian Schomburg
Ano da primeira publicação: 2003 (publicado originalmente pela Bambus Spieleverlag)
Número de jogadores: 2 a 4 (recomendado em 2 ou 3 jogadores)
Duração: ~15 minutos (setup: cerca de 3 minutos; explicação de regras: 2 a 5 minutos)
Mecânicas presentes: enclausuramento de área, movimento em grid e tabuleiro modular
Valor: U$12.95 (U$8.99 na CoolStuffInc)

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Os pinguins preparados para deslizarem em busca de peixes! (Imagem: Rafael Martins)

COMPONENTES

Nesta pequenina caixa padrão da Fantasy Flight estão presentes 16 pinguins de plástico (4 pinguins de 4 cores distintas), 60 tiles hexagonais representando blocos de gelo (30 blocos com 1 peixe, 20 blocos com 2 peixes e 10 blocos com 3 peixes) e, claro, as regras, que nada mais é do que uma folha dobrada. A qualidade geral dos componentes é o esperado da Fantasy Flight, tiles com espessura boa e revestidos em papel texturizado para reduzir o reflexo. Infelizmente, com o tempo, os tiles vão de desgastando devido sua constante manipulação durante o setup e a partida, mas bem, acontece… As miniaturas dos pinguins são comuns, de boa qualidade e divertidas. Cada cor possui seus 4 pinguins em poses diferentes o suficiente para receberem comentários de vez em quando sobre suas expressões.

REGRAS

Muito simples! Definitivamente um dos jogos mais rápidos de ensinar que já vi.

O setup consiste de três passos, sendo que o último já é considerado parte do jogo: Primeiro forma-se o tabuleiro, colocando os tiles hexagonais aleatoriamente até que os 60 estejam dispostos em linhas alternadas contendo 8 ou 7 tiles, totalizando 8 colunas (8*4+7*4=60). Isso é interessante pois os tiles podem ficar dispostos com os peixes de maneira uniforme ou agrupados em grandes grupos com blocos de gelo contendo três ou dois peixes e outros grupos contendo blocos de um peixe, etc…, assim tornando a experiência diferente a cada partida. Depois cada jogador escolhe uma cor e recebe 4, 3 ou 2 pinguins, respectivamente se jogando em 2, 3 ou 4 jogadores. Por fim, começando pelo participante mais novo, cada jogador, em turnos, coloca um pinguim em um bloco que contenha apenas um peixe, assim sucessivamente até que todos os jogadores tenham colocado todos os seus pinguins no tabuleiro. (veja a primeira imagem da resenha para exemplo do setup completo)

Agora o jogo propriamente dito. Continuando na mesma ordem em que os pinguins foram colocados no tabuleiro, cada jogador em sua vez move um de seus pinguins e coleta o tile em que o pinguim em questão estava no início do movimento. O movimento do pinguim deve respeitar as seguintes regras: deve ser executado integralmente em linha reta, com direção para um dos seis lados do hexágono; pinguins, independentemente da cor, bloqueiam outros pinguins; e espaços vazios, formados pelos tiles coletados após cada movimento, são intransponíveis. O movimento de um pinguim e a coleta de um tile é obrigatória, a não ser que em sua vez o jogador não tenha mais como movimentar algum de seus pinguins. Quando um pinguim fica isolado, sem possibilidade de movimentar-se, o jogador pode retirar o mesmo do tabuleiro e coletar o tile, mesmo que não tenha ocorrido movimento. O jogo continua até que não exista mais movimentos válidos para todos os pinguins.

Após todos os pinguins terem sido retirados do tabuleiro, junto com suas panças forradas de alimento, cada jogador conta a quantidade total de peixes (e não tiles!) coletados. Ganha aquele que obtiver mais peixes. Em caso de empate, aquele que possuir mais tiles é o vencedor. Se o empate persistir, todos os jogadores empatados vencem.

CONSTATAÇÕES DIVERSAS (DIGA MAIS SOBRE!)

Evidentemente estamos falando de um jogo abstrato aqui! Tudo bem… é claro que pinguins comilões com feições sacanas, porém fofas, são mais vendáveis (principalmente para a criançada) que peões coloridos que andam por hexágonos monocromáticos coletando de um a três pontos representados por bolinhas vermelhas. Sendo assim, não vamos reclamar por lembrar dos tão competitivos pinguins ao citarmos esta simpática caixinha azul!

Hey, that’s my Fish! é um jogo que pode demonstrar pouco mais do que alguns movimentos em um primeiro olhar, mas não é somente isso. Com 100 pontos em jogo (30 tiles com 1 peixe + 20 tiles com 2 peixes + 10 tiles com 3 peixes) a partida, quando disputada entre participantes competitivos, invariavelmente se torna uma feroz disputa por área, na tentativa de garantir uma boa fatia do espaço do tabuleiro. No fim, o jogo se resume a fechar seus pinguins em áreas contendo muitos tiles (ou ao menos alguns com grande valor) e/ou trancar os pinguins adversários em áreas com pouca validade. As possibilidades de movimento e bom posicionamento vão se esgotando a cada rodada e o jogo permite ótima análise futura da efetividade de cada movimento. Com isso em mente, é válido o comentário sobre a curva de aprendizado: por ser um jogo simples em regras, em uma ou duas partidas o jogador já está ciente do que é possível ou mais “rentável” e após cerca de meia dúzia de partidas não está mais vendo pinguins, mas grandes movimentos em linha e áreas imensas sendo cobiçadas desde o setup.

Devido o tabuleiro ser modular e incluindo que a duração de cada partida, já com a montagem do tabuleiro, é próxima de 15 minutos, a re-jogabilidade deste título é muito promissora. (aqui vale uma curiosidade: como a montagem do tabuleiro consiste em arrumar os 60 tiles de maneira uniforme, existe uma constante piada que o setup é mais demorado que a partida propriamente dita… mas não se preocupe, isso é um exagero e em cerca de 3 minutinhos o tabuleiro já está pronto!) Além disso, como já comentado, a diferente disposição dos tiles permite aproximações distintas por parte dos jogadores: vale a pena lutar por aqueles blocos com três peixes agrupados ou é melhor tentar garantir uma imensa área com peixes de menor valor?

Outro elemento de destaque é a não existência do fator sorte durante o jogo! Após os tiles serem dispostos aleatoriamente durante o setup, exigindo a atenção dos jogadores para a formulação de suas estratégias, desde o primeiro posicionamento de pinguim, quando o jogo efetivamente começa, o fator sorte está abolido.

Por fim, uma sugestão: Hey, that’s my Fish! suporta até 4 jogadores em uma partida, mas ele pode ser um jogo melhor e mais competitivo em 2 ou 3 jogadores. Isso se dá pois, apesar dos 60 tiles, a área de jogo não é tão grande assim e quanto mais jogadores envolvidos, menos possibilidades de formular estratégias sem que em algum momento elas sejam quebradas de maneira intencional ou não (e neste “ou não” é que reside o problema) pelos adversários.

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Após alguns turnos, a falta de espaço é perceptível e nem todos sairão felizes e bem alimentados… (Imagem: Rafael Martins)

ARTE E DESIGN GRÁFICO

Sendo um produto da Fantasy Flight, é difícil encontrar algo grosseiro tanto na arte quanto no design gráfico. O jogo é bonito, bem ilustrado, e os poucos elementos gráficos são bem destacados, não exigindo esforço para a compreensão da totalidade do tabuleiro e o posicionamento dos pinguins e peixes. Se considerarmos como um “porém” no projeto, o único deslize diz respeito ao tamanho dos tiles, que, para serem vendidos nesta versão da caixinha pequena, são um pouco pequenos e difícil de manusear, principalmente quando têm de ser retirados do meio do grid de hexágonos. (para facilitar o manuseio, tente deixar um espaço de alguns milímetros entre os tiles… vai ajudar bastante!) Anteriormente existia uma versão da própria Fantasy Flight em caixa maior com tiles maiores, mas acredito que ela não é mais comercializada.

E ENTÃO?

Não há como esconder minha satisfação com este título! Acredito que para um jogo de 15 minutos, lapidado de maneira elegante em sua simplicidade, esta barata caixinha cheia de pinguins famintos bem que poderia estar presente em mais coleções por ai. O valor deste jogo o torna uma compra viável como adição a qualquer pacote de jogos encomendado de lojas do exterior. Costumo dizer que o Hey, that’s my Fish! é um jogo “exemplar” e ao considerarmos a coesão de suas regras, a diversão que ele proporciona e o nível de competição apresentado quando os jogadores estão acostumados com o título, não se encontram pontas soltas. Recomendado para todos os gostos!

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Segue o link direto do blog:
https://curitibaludica.wordpress.com/2014/12/05/hey-thats-my-fish-resenha/#more-646


Última edição por Rafaelfo em Sex Dez 05, 2014 1:38 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Trentini Sex Dez 05, 2014 12:00 pm

Excelente resenha, parabéns, e esse é um jogo que adoro, simples, eficiente e que garante diversão.
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Mensagem por Reffip Sex Dez 05, 2014 12:07 pm

Em 2012, minha primeira vez em Londres, ainda um jogador bem casual e família (tinha carcassone, catan e umas outras poucas coisas em casa) entrei na Orc´s Nest praticamente falido e só podia sair de lá com uma caixa. Pedi auxilio pro atendente sobre um jogo para jogar com meu filho em casa, e ele indicou esse. Minha única compra naquela viagem (ah... que bobinho).

Mas o jogo funcionou muito bem em casa, e sempre volta pra mesa, mesmo com as novas adições que chegaram na coleção.
Um ponto negativo é a minha edição que tem uma caixa enooorme e desnecessária.

Momento piada infame: Há boatos de que vai chegar uma expansão, que incluirá algumas focas, e os pinguins terão que fugir delas!!!  Smile
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Mensagem por Rafaelfo Sex Dez 05, 2014 12:13 pm

Reffip escreveu:Um ponto negativo é a minha edição que tem uma caixa enooorme e desnecessária.
Certeza que os tiles não são maiores? Porque se forem, isso é ótimo, hehe.

Reffip escreveu:Momento piada infame: Há boatos de que vai chegar uma expansão, que incluirá algumas focas, e os pinguins terão que fugir delas!!!  Smile
Nãaaaaaaaoooooooooooooooo......................
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Mensagem por tiagovip Sex Dez 05, 2014 12:21 pm

Excelente resenha. Completa e bem informativa.

Aguardo mais!

Abs,
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Mensagem por Rafaelfo Sex Dez 05, 2014 12:30 pm

tiagovip escreveu:Excelente resenha. Completa e bem informativa.

Aguardo mais!

Abs,
Valeu!
A ideia era uma por semana, masssssssssss não sou você e serei realista: tentarei publicar algo quinzenalmente, hehe.
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Mensagem por doizinho Sex Dez 05, 2014 1:29 pm

Muito boa a resenha hein, muito bem escrita! Só tem mestres da língua portuguesa aqui...
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