Especial do Senna

Quem não viu deve ver e quem já viu certamente vai querer ver outra vez!

Enjoy:

Vi esses dias é muito bom mesmo vale a pena

Senna é um daqueles assuntos complexos. Criou-se uma idolatração quase messiânica sobre sua pessoa. Com certeza um ícone que ficará na história.

Não consigo visualizar o vídeo na página, é o especial da Rede Globo deste ano?

É legal poder rever vídeos da época que a F1 tinha carros de verdade que precisavam ser bem guiados. Época onde os pilotos se arriscavam e desafiam a morte de verdade.

Algumas entrevistas desses vídeos são bem legais também.

O problema é que quando a Globo fala do Senna parece que estão falando de um semi deus, e isso me incomoda. Ele foi muito bom, dominou a F1 numa época de pilotos incríveis, mas pra mim termina por aí. Pra mim ele não é esse super ídolo que a Globo pinta.

O Senna era na verdade um tremendo de um babaca. O também tri campeão Piquet é menos piloto que o Senna, mas é um cara muito mais carismático e bacana.

O Piquet carismatico e bacana? Really?

doizinho escreveu:É legal poder rever vídeos da época que a F1 tinha carros de verdade que precisavam ser bem guiados. Época onde os pilotos se arriscavam e desafiam a morte de verdade.

Algumas entrevistas desses vídeos são bem legais também.

O problema é que quando a Globo fala do Senna parece que estão falando de um semi deus, e isso me incomoda. Ele foi muito bom, dominou a F1 numa época de pilotos incríveis, mas pra mim termina por aí. Pra mim ele não é esse super ídolo que a Globo pinta.

O Senna era na verdade um tremendo de um babaca. O também tri campeão Piquet é menos piloto que o Senna, mas é um cara muito mais carismático e bacana.

Bem... o Senna era o produto midiático perfeito para a Globo, ainda mais naqueles anos de agonia nacional. Mas o brasileiro tem uma quedinha forte por heróis perfeitos, então foi um belo casamento!

Senna era um ótimo piloto, tinha um nível de concentração inimaginável para a época dele, uma velocidade constante e uma gana quase assassina na pista. Esse "direito de vencer" que ele dava a si mesmo era o que fazia ele correr todo e qualquer risco sem pensar nas consequências para os outros pilotos. Muitos pilotos odiavam o Senna por causa disso, mas após a sua morte esse lado foi esquecido.

Não acho que Piquet era menos piloto que Senna. Piquet foi campeão pela primeira vez pela Brabham, que na melhor das hipóteses era o 3°  melhor carro do grid. Piquet também tinha muita velocidade e maestria, vide a ultrapassagem que realizou sobre Senna na Hungria em 1986. Só que o acidente de Piquet na Tamburello em 1987 foi o fim de sua carreira como piloto de primeiro nível. Ganhou o tri na raça e malandragem contra o Mansell, escondendo da equipe e dos médicos as sequelas do acidente (insônia, perda de noção de profundidade, medo) mas ele mesmo admite que sabia que havia chegado o fim dos períodos de gloria. Já Senna ganho seus títulos na melhor equipe com o melhor carro... nem por isso menos piloto, mas um indicativo que entre Senna e Piquet, a diferença é menor que parece.

O cara pegava bem pra caralho... em todas as minhas inspirações da época ele mandou ver, Xuxa, Gallisteu e aquela modelo americana que era uma gata tbm.

Na época eu o invejava, queria ser como ele!!!

O cara merece respeito!!

Warrior escreveu:O Piquet carismatico e bacana? Really?

Bem, eu acho carismático um cara irreverente, que não tem medo de tirar o sarro de repórteres com perguntas idiotas e nem fica tentado fazer imagem de si mesmo. Piquet nunca quis ser herói de ninguém, nunca escondeu sua personalidade e isso sempre admirei nele.

Anarkion escreveu:

Warrior escreveu:O Piquet carismatico e bacana? Really?

Bem, eu acho carismático um cara irreverente, que não tem medo de tirar o sarro de repórteres com perguntas idiotas e nem fica tentado fazer imagem de si mesmo. Piquet nunca quis ser herói de ninguém, nunca escondeu sua personalidade e isso sempre admirei nele.

É isso aí Marcos. O Senna sempre teve mais talento que o Piquet, mas sempre tava com aquela cara amarrada, parecia sempre meio amargurado, enfim um xaropão cdf.

O Piquet não corria tanto quanto o Senna mas sempre foi mais sagaz, mais ácido e sempre soube se comunicar melhor. O Piquet tem um carisma natural, o Senna tinha o "carisma fabricado" da Globo.

Com isso não quero dizer que sou fã do Piquet e não do Senna, longe disso, apenas to falando que o Piquet era um personagem muito mais interessante que o Senna e mesmo assim não é um herói nacional.

Meee ... fiz um baita post e ví que ele sumiu!

Vou preguiçosamente reescrever:

Eu ainda muito pequeno lembro dos campeonatos do Piquet no começo da década de 80, afinal era o evento da familia = de manhã Formula 1 e à noite ir na missa!!

Sou testemunha ocular de quando o Piquet conseguiu um campeonato mundial (primeiro ou segundo) ele responde ao reporter que lhe pergunta se dedicaria a sua vitória ao povo brasileiro assim: dedico a mim mesmo, eu que corri! Foi chocante pra um garotinho criado num pais hiper nacionalista ouvir aquilo, ele era o meu herói afinal de contas.

Bom ele continuou meu herói, agora acompanhado por mais um: o Senna, posteriormente depositei as esperanças no Rubinho (época da Jordan e Stewart).

Nota: o Senna na sua primeira vitória desfilou com a nossa bandeira! Isso foi uma característica realmente especial dele.

Pra um garoto sedento de adrenalina o Piquet era um prato cheio:

Aliás, o Senna não é o único herói fabricado pela Globo, e nem todos são heróis nacionais. Vide a idolatração internacional do Michael Jackson após sua morte. Eu não discuto o talento de nenhum deles cada um em seu ramo de atuação, mas discuto a "perfeição fabricada" que a Globo faz com muitos.

Outro herói fabricado foram o Gustavo Borges e o Guga. Mas o top deles é o Ronaldo Fenomeno.

Warrior escreveu:Outro herói fabricado foram o Gustavo Borges e o Guga. Mas o top deles é o Ronaldo Fenomeno.

E atualmente o Neymar

Mas fora todas essas afirmações e dadas as devidas proporções, que belo documentário!

Warrior escreveu:Sou testemunha ocular de quando o Piquet conseguiu um campeonato mundial (primeiro ou segundo) ele responde ao reporter que lhe pergunta se dedicaria a sua vitória ao povo brasileiro assim: dedico a mim mesmo, eu que corri! Foi chocante pra um garotinho criado num pais hiper nacionalista ouvir aquilo, ele era o meu herói afinal de contas.

Hauhaua, sempre achei essa tacada uma das melhores do Piquet. Senso de humor incrível!


Vale lembrar que o Piquet foi self-made man no automobilismo. Abandonou a família para ir para a Inglaterra trabalhar de mecânico e correr sempre que possível. Então a frase faz mais sentido ainda...

Nunca fui fãnzaço de nem um nem de outro (Piquet e Senna), mas acompanhei e curtia mais o estilo briguento do Senna. E não nego que meu interesse na F1 basicamente sumiu após 1 ou 2 anos da morte do Senna, quando ficou claro que o Barrichello não era um substituto a altura, e também porque o Schumacher fazia a coisa toda perder a graça.

Abs,

tiagovip escreveu:Nunca fui fãnzaço de nem um nem de outro (Piquet e Senna), mas acompanhei e curtia mais o estilo briguento do Senna. E não nego que meu interesse na F1 basicamente sumiu após 1 ou 2 anos da morte do Senna, quando ficou claro que o Barrichello não era um substituto a altura, e também porque o Schumacher fazia a coisa toda perder a graça.

Abs,

Barrichello tinha muito potencial. Na Jordan, sempre impressionava nos qualis e na tacada de corrida. Mas ele infelizmente não soube levar sua carreira para o topo. Quando a Jordan começou a montar um carro competitivo, que na sua mão poderia ter um acerto ainda melhor, foi para a Stewart. Lá, alcançou alguns resultados animadores, mas Irvine roubou a cena (era mais malandro que Barrichello, uma espécie de Piquet) e a Stewart como equipe, não foi a lugar algum. Depois, assinou com a Ferrari, aceitando ser capacho do Schumacher, sendo ingênuo ou burro o suficiente para achar que algum dia a Ferrari lhe daria alguma chance. Pelo menos ficou milionário. Se Rubinho não tivesse negado o contrato com McLaren em 1997 ou acertado com a Williams em 2000... sua história seria outra.

Bom ele continuou meu herói, agora acompanhado por mais um: o Senna, posteriormente depositei as esperanças no Rubinho (época da Jordan e Stewart).

Quem cresceu (como eu) vendo o nome do país projetado na F1 através do PIQUET com certeza viu nele um HERÓI nacional tão "herói" quanto o Ayrton Senna. E não sei se tínhamos discernimento na época para avaliar uma personalidade (brigona, carismática, ou sei lá mais o quê). Hoje eu tenho esse discernimento e posso dizer o que o PIQUET era um legítimo DR. HOUSE. Mas que "garoto" liga pra isso se o cara tá ganhando prova e sendo campeão do mundo num esporte que a gente adora?

Quando o Senna apareceu, pra mim não passava de um RIVAL para o Piquet. Quem é esse babaca metido surgido do nada pra atrapalhar meu herói??? Torci muito CONTRA o Senna na época da Lotus negra [risos]. O fato da Globo babar um ovo pra cima do Senna não muda nada, tá fazendo o papel dela e talvez só não tenha feito isso com o Piquet por ele não ser tão "carismático".

Senna continua sendo um daqueles caras que nascem 1 a cada 100 anos...

Descolado escreveu:

Bom ele continuou meu herói, agora acompanhado por mais um: o Senna, posteriormente depositei as esperanças no Rubinho (época da Jordan e Stewart).

Quem cresceu (como eu) vendo o nome do país projetado na F1 através do PIQUET com certeza viu nele um HERÓI nacional tão "herói" quanto o Ayrton Senna. E não sei se tínhamos discernimento na época para avaliar uma personalidade (brigona, carismática, ou sei lá mais o quê). Hoje eu tenho esse discernimento e posso dizer o que o PIQUET era um legítimo DR. HOUSE. Mas que "garoto" liga pra isso se o cara tá ganhando prova e sendo campeão do mundo num esporte que a gente adora?

Quando o Senna apareceu, pra mim não passava de um RIVAL para o Piquet. Quem é esse babaca metido surgido do nada pra atrapalhar meu herói??? Torci muito CONTRA o Senna na época da Lotus negra [risos]. O fato da Globo babar um ovo pra cima do Senna não muda nada, tá fazendo o papel dela e talvez só não tenha feito isso com o Piquet por ele não ser tão "carismático".

Senna continua sendo um daqueles caras que nascem 1 a cada 100 anos...

Fala a verdade Ismael, você cresceu vendo o Emerson Fittipaldi.
  

Voltando ao Senna, o impacto dele na f1 foi enorme. A f1 até então, nunca foi um lugar muito profissional por assim dizer. A maioria dos pilotos não se importavam muito em manter a forma, corriam no melhor estilo aristocrático europeu e aproveitavam os prazeres da vida (dinheiro, mulheres, mulheres, mulheres, carros, aviões...). Piquet era dessa escola, Prost era dessa escola (muitos não sabem, mas Piquet e Prost eram os comedores mais assíduos e faziam muita farra juntos)... Senna mudou tudo isso.

Senna obrigou os outros pilotos a entrar na era do piloto profissional. Manutenção de forma física, horas e horas dentro dos boxes acompanhando o staff e todas minúcias mecânicas e telemétricas. Enquanto os outros pilotos estavam lá curtindo as mulheres, Senna estava no box com os mecânicos revendo cada centímetro da corrida na leitura telemétrica (que aprendeu com Prost, por sinal). E tudo isso com uma fornecedora de motores japoneses, já famosos por sua dedicação ao trabalho e a imagem do seu país. Não é a toa que os japoneses eram apaixonados por Senna. Ele sempre estava com mecânicos, sempre respondia toda e qualquer pergunta sobre o desenvolvimento do carro. Prost, vendo os japoneses gamados pelo novo "Samurai" Senna, se viu obrigado a passar tantas horas quanto Senna nos boxes... era isso ou perder de vez seu lugar na equipe (no fim, teve de jogar a toalha quando percebeu que o favorito Senna já tinha os japoneses na mão.) A velha escola tinha morrido.

Muitos odeiam o Schumacher no Brasil, o que de certa forma é ridículo, pois Schumacher foi o discípulo mais formidável de Senna. Nível de concentração altíssimo, ótima forma física e o mesmo instinto "vencer nem que seja jogando o outro para fora". Todos os outros pilotos agora estavam bem para trás: Senna, Schumacher e Hakkinen estavam em outra liga, e após a morte de Senna e a aposentadoria de Hakkinen, sobrou para Schumacher, com a Ferrari remodelada nos moldes Senna/McLaren saborear os louros do novo nível profissional alcançado.

Anarkion escreveu:Voltando ao Senna, o impacto dele na f1 foi enorme. A f1 até então, nunca foi um lugar muito profissional por assim dizer. A maioria dos pilotos não se importavam muito em manter a forma, corriam no melhor estilo aristocrático europeu e aproveitavam os prazeres da vida (dinheiro, mulheres, mulheres, mulheres, carros, aviões...). Piquet era dessa escola, Prost era dessa escola (muitos não sabem, mas Piquet e Prost eram os comedores mais assíduos e faziam muita farra juntos)... Senna mudou tudo isso.

Senna obrigou os outros pilotos a entrar na era do piloto profissional. Manutenção de forma física, horas e horas dentro dos boxes acompanhando o staff e todas minúcias mecânicas e telemétricas. Enquanto os outros pilotos estavam lá curtindo as mulheres, Senna estava no box com os mecânicos revendo cada centímetro da corrida na leitura telemétrica (que aprendeu com Prost, por sinal). E tudo isso com uma fornecedora de motores japoneses, já famosos por sua dedicação ao trabalho e a imagem do seu país. Não é a toa que os japoneses eram apaixonados por Senna. Ele sempre estava com mecânicos, sempre respondia toda e qualquer pergunta sobre o desenvolvimento do carro. Prost, vendo os japoneses gamados pelo novo "Samurai" Senna, se viu obrigado a passar tantas horas quanto Senna nos boxes... era isso ou perder de vez seu lugar na equipe (no fim, teve de jogar a toalha quando percebeu que o favorito Senna já tinha os japoneses na mão.) A velha escola tinha morrido.

Muitos odeiam o Schumacher no Brasil, o que de certa forma é ridículo, pois Schumacher foi o discípulo mais formidável de Senna. Nível de concentração altíssimo, ótima forma física e o mesmo instinto "vencer nem que seja jogando o outro para fora". Todos os outros pilotos agora estavam bem para trás: Senna, Schumacher e Hakkinen estavam em outra liga, e após a morte de Senna e a aposentadoria de Hakkinen, sobrou para Schumacher, com a Ferrari remodelada nos moldes Senna/McLaren saborear os louros do novo nível profissional alcançado.

Fabuloso o comentário!

Anarkion escreveu:Voltando ao Senna, o impacto dele na f1 foi enorme. A f1 até então, nunca foi um lugar muito profissional por assim dizer. A maioria dos pilotos não se importavam muito em manter a forma, corriam no melhor estilo aristocrático europeu e aproveitavam os prazeres da vida (dinheiro, mulheres, mulheres, mulheres, carros, aviões...). Piquet era dessa escola, Prost era dessa escola (muitos não sabem, mas Piquet e Prost eram os comedores mais assíduos e faziam muita farra juntos)... Senna mudou tudo isso.

Senna obrigou os outros pilotos a entrar na era do piloto profissional. Manutenção de forma física, horas e horas dentro dos boxes acompanhando o staff e todas minúcias mecânicas e telemétricas. Enquanto os outros pilotos estavam lá curtindo as mulheres, Senna estava no box com os mecânicos revendo cada centímetro da corrida na leitura telemétrica (que aprendeu com Prost, por sinal). E tudo isso com uma fornecedora de motores japoneses, já famosos por sua dedicação ao trabalho e a imagem do seu país. Não é a toa que os japoneses eram apaixonados por Senna. Ele sempre estava com mecânicos, sempre respondia toda e qualquer pergunta sobre o desenvolvimento do carro. Prost, vendo os japoneses gamados pelo novo "Samurai" Senna, se viu obrigado a passar tantas horas quanto Senna nos boxes... era isso ou perder de vez seu lugar na equipe (no fim, teve de jogar a toalha quando percebeu que o favorito Senna já tinha os japoneses na mão.) A velha escola tinha morrido.

Muitos odeiam o Schumacher no Brasil, o que de certa forma é ridículo, pois Schumacher foi o discípulo mais formidável de Senna. Nível de concentração altíssimo, ótima forma física e o mesmo instinto "vencer nem que seja jogando o outro para fora". Todos os outros pilotos agora estavam bem para trás: Senna, Schumacher e Hakkinen estavam em outra liga, e após a morte de Senna e a aposentadoria de Hakkinen, sobrou para Schumacher, com a Ferrari remodelada nos moldes Senna/McLaren saborear os louros do novo nível profissional alcançado.

Sei que não é culpa do Senna e que ele revolucionou tudo mesmo, mas foi aí que a F1 começou com essa caretice e chatice que vemos hoje. Continuamos tendo pilotos bons, mas são todos uns caretas do cacete, quase robôs, e os carros então nem se fala. Sei que é inevitável esse caminho, mas a F1 antiga era bem mais divertida. Talvez o que falte hoje seja uma dupla explosiva (Vettel e Alonso) em condições de igualdade, num carro de ponta. Não custa sonhar né.

doizinho escreveu:Sei que não é culpa do Senna e que ele revolucionou tudo mesmo, mas foi aí que a F1 começou com essa caretice e chatice que vemos hoje. Continuamos tendo pilotos bons, mas são todos uns caretas do cacete, quase robôs, e os carros então nem se fala. Sei que é inevitável esse caminho, mas a F1 antiga era bem mais divertida. Talvez o que falte hoje seja uma dupla explosiva (Vettel e Alonso) em condições de igualdade, num carro de ponta. Não custa sonhar né.

Seria legal mesmo. Parece que todo ano algum carro está bem melhor e a pontuação de um dispara.

Abs,

Ontem assisti novamente o GP Brasil de 1994. De certa forma a morte de Senna nesse ano foi como um fechamento de uma época que não mais existiria. Aquela f1 dos anos 80 que misturava dinheiro, glamour com óleo e pneu já estava ficando para trás.

Equipes garagistas já começavam a jogar a toalha: Larousse, Ligier, Lotus logo morrerram, a  Tyrrel aguentou um pouco mais, mas teve o mesmo fim. Minardi e Arrows amargaram até depois da virada do século, agonizando ano após ano... Stewart e Jordan tão rápido subiram, desceram. Se antes uma equipe garagista podia arranjar um motor e um piloto com potencial, lentamente a aerodinâmica foi relegando essas equipes ao ostracismo. Como elas poderiam gastar milhões num túnel de vento para ajustes milimétricos?

Em 1994 entrou em vigor o reabastecimento, o que tirou gradativamente as ultrapassagens da pista para o box. Estratégias de pits e aerodinâmica passaram a importar muito mais que piloto. Costuma-se dizer que os pilotos dessa época eram ruins, o que discordo. Frentzen, Hill, Villeneuve, Panis, Fisichella, Irvine, Herbert, Montoya eram ótimos pilotos, mas o jogo já não era mais na pista e sim fora dela. Em 1996, 1997 (ótima temporada por sinal), 1998 e 1999 o pau ainda comia, mas os sinais da dominação que Ferrari imporia já estavam claros.

Desde então a FIA faz isso, faz aquilo, mas nada consegue trazer a formula 1 para um padrão mais excitante. Foram-se as equipes pequenas carismáticas e clássicas (Larousse, Ligier, Tyrrel, Arrows, Minardi, Jordan, Benneton (antes e após Schumacher) com Williams, McLaren e Sauber (principalmente essa) com o pé na cova. Sobraram as equipes corporativas... correndo corridas corporativas.

Eis a ironia, Senna, que abriu as portas para essa transformação, morreu antes dela se completar, sem enfrentar seu ardoroso discípulo ainda mais faca nas dentes que ele, muito mais político que ele... Teria Senna se adaptado ao novos tempos? Jamais saberemos...