Race for the Galaxy - resenha
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Race for the Galaxy - resenha
A espaçonave singrava o cosmos. Se por fora o silêncio era absoluto, dentro reinava o caos advindo da manutenção de toda a aparelhagem funcionando. As centenas de trabalhadores causavam quase tanto ruído quanto as máquinas. Na ponte de comando havia uma tensa expectativa.
- A Colônia Perdida dos Humanos está a nossa frente, capitão - informou o tenente responsável pela logística. O capitão só resmungou em resposta. Ele sabia, podia ver muito bem.
- E qual é a novidade? - retrucou o capitão, azedado pela perspectiva da derrota. Ele era o responsável pela temida Armada de Nova Esparta, o líder de todo o planeta.
- Eles colonizaram a Zona dos Cometas - disse o tenente. Ele não sabia se deveria continuar. O capitão notou que a frase terminara num tom que denotava prosseguimento.
- E? - insistiu o capitão.
- E o Mundo das Especiarias - o tenente deu um passo para trás e se preparou.
- Não! A Especiaria deve fluir! - O capitão tentou se controlar. Foi uma tarefa bastante difícil. Era esperado que gritasse - ocorria de, às vezes, a fúria dominá-lo, mas, neste momento, ele precisava ponderar, avaliar. Recuperou a compostura. Mas era o maldito sexto planeta produtor que a Colônia Perdida dos Humanos colonizava. A as tecnologias - o Conglomerado de Mineração - deles estavam trabalhando quase ao máximo para inundar a galáxia com matéria-prima deles. Ela estava enriquecendo além da conta. Muito além da conta.
- Muito bem - falou, para ninguém em particular, talvez para si. - O próximo passo deles será desenvolver uma Associação de Livre Comércio, concorda?
- É possível, capitão. Eles certamente tem o complexo interplanetário para fazer isso valer o custo.
- Como está o desenvolvimento de nossos Soldados Espaciais?
- Praticamente completos, capitão - respondeu o tenente, avançando um passo. - Poderemos colocá-los em ação no próximo turno estelar.
- Excelente. Com eles conseguiremos dominar aqueles desgraçados e aproveitaremos o impulso de desenvolvimento galático para colocá-los a postos. Junto das Naves de Bombardeio, colocaremos de joelhos aquela desgarrada Frota de Batalha Alienígena!
- Isso deixará aberto o setor para que a Colônia Perdida possa colonizar algum outro planeta - lembrou o tenente.
- Sim, mas logo após colocar em funcionamento Associação de Livre Comércio? Não terão os recursos para isso - o capitão afirmou. - Agora, o que mais a Colônia fará? O que mais?
- Ativar a produção planetária para abastecer a Associação?
- É o que eu faria. Mas isso de nada nos ajudará. Precisamos pensar além. Além... - O capitão pausou e ruminou uma ideia que não lhe era atrativa, pois desgostava de deixar seu destino nas mãos da Sorte. No entanto, não havia outra opção viável. - Lance todas as naves de exploração.
- Sim, senhor. O que elas iram procurar, capitão?
- Os meios para formarmos uma Nova Ordem Militar, tenente - replicou o capitão, sonhador. - Uma Nova Ordem Militar - repetiu. - Isso é uma corrida agora e, por Nova Esparta, iremos vencer!
Os demais militares na ponte de comando ecoaram: - Por Nova Esparta!
RACE FOR THE GALAXY - O JOGO
Imagem por Surya
Geral:
Race for the Galaxy é um jogo de cartas em que cada participante tenta desenvolver sua civilização a partir de um único planeta. Para isso é possível explorar, desenvolver, colonizar, produzir e consumir bens. A melhor civilização vencerá!
Regras:
Aqui farei um resumo tal que deixará muitos horrorizados, mas a verdade é que o Race for the Galaxy, com suas várias minúcias é um desafio para qualquer explicação pormenorizada que se mantenha dentro de uma quantidade razoável de linhas. Você pode abaixar as regras (em inglês) aqui. Uma opção para as regras, em português, está aqui. Isto posto, sigo ao sumário.
Existem 7 ações possíveis:
I Explorar +5 - permite que o jogador compre 5 cartas da pilha e fique com uma delas. É a melhor opção quando se quer encontrar uma carta específica. Os demais comprar 2 cartas e ficam com 1 delas, descartando a outra;
II Explorar +1, +1 - permite comprar 3 cartas da pilha e ficar com 2 delas, descartando a outra. Os demais compram 2 e ficam com uma. Esta ação é usualmente para conseguir cartas para gastar e, eventualmente, de forma a conseguir alguma carta boa, mas sem muita exigência;
III Desenvolver - permite que o jogador abaixe para a mesa uma carta de desenvolvimento pagando uma carta a menos que o custo usual. Os demais podem desenvolver também, porém pagando o custo normal. Estas cartas evolvem várias áreas de jogo e, normalmente, são as que possibilitam maximizar o uso de cartas ações (em particular Troca e Consumo). As cartas de desenvolvimento de custo 6 podem pender bastante a balança do jogo na direção de quem a fez;
Imagem por EndersGame
IV Colonizar - permite que o jogador abaixe uma carta de planeta para a mesa, com o benefício de ganhar uma carta após fazer a colonização. Os demais podem colonizar também, mas não ganham a carta extra ao final da ação. Feito para permitir produção, não tanto para pontos. Existem os planetas militares e os rebeldes, que não podem, a princípio, ser colonizados, somente conquistados por força militar - esses planetas tendem a valer mais pontos, mas produzirem menos;
V Trocar/Consumir - permite ao jogador vender a produção de um de seus planetas e receber cartas de acordo com o tipo de produto, então, o jogador deve consumir os demais produtos nos planetas tiverem a capacidade para isso, seja rendendo pontos, seja cartas. Os demais não podem fazer a ação de troca, mas devem consumir se tiverem planetas para isso. É a maneira mais rápida de conseguir cartas, pois certos produtos valem até 5 cartas. Há ainda a vantagem de, possivelmente, conseguir alguns pontos com isso;
VI Consumir x2 - não permite trocas diretas, mas faz com que os ganhos em pontos seja dobrado. Somente quem chamou a ação pode utilizá-la, os demais não obtém nenhum benefício dela. É a ação essencial para quem seguiu pesado na rota Colonizar / Produzir;
VII Produzir - todos os planetas produtores, bem, produzem, como adicional quem puxou a ação produz em um planeta windfall. Os demais também produzem em seus planetas produtores, mas não em planetas windfall. É a última ação a ser realizada na rodada.
Somente as ações chamadas pelos jogadores são realizadas. Portanto, em uma situação hipotética, numa partida de 4 pessoas, um escolheExplorar +1, +1, dois optam por Desenvolver e um por Produzir. Isso significa que só 3 das ações serão resolvidas (não há dois turnos de desenvolvimento, só um, mas os dois jogadores que chamaram a ação terão o benefício de pagarem uma carta a menos para desenvolver). Ou seja, Explorar +5, Colonizar, Trocar/Consumir e Consumir x2 não serão feitas.
Existem várias, várias e várias cartas que podem alterar o efeito das ações, mas essa é a base.
O jogo tem dois gatilhos para terminar:
- Os pontos (12 por jogador) acabarem;
ou
- Um jogador colocar na mesa a 12ª carta.
Em ambos os casos todas as fases chamadas ainda são executadas (ou seja, segue até a fase de Produção). Ao final, quem tiver mais pontos, vence!
Pareceu simples, não é? Que erro. Isso em boa parte explica sua...
Profundidade:
Senta que lá vem história. Em minha primeira partida, eu não entendi praticamente nada. Foram uns 30, 40 minutos longe de serem agradáveis. Veja bem, o jogo foi bem explicado, eu só não consegui acompanhar. Assim, eu "joguei" sem entender o porque fazia as coisas que fazia. Aquele que explicou o jogo dava dicas e, basicamente, teve de jogar por mim. Fiz uns 15 pontos, ficando na rabeira. Ok, Race for the Galaxy nunca mais, prometi. E cumpri muito bem essa promessa... por um tempo.
Porém, como o BGG é um de meus vícios, ficava sempre vendo o Race for the Galaxy aparecendo em lista de jogos favoritos, de jogos bons, de jogos complexos que eventualmente compensavam o esforço de aprendê-lo. Ignorei isso pelo tempo que pude até dar um "dane-se, vamos ver então se isso é tudo verdade". É sim. Meti-me a aprender na marra, lendo o manual, jogando partidas em que era massacrado e mal e mal entendia como tal surra ocorria. Eu ficava no feijão com arroz de ir sempre pelo caminho militar. Era o único que eu entendia razoavelmente. Consegui vencer assim umas duas vezes - em umas 50 partidas contra a IA o programa Keldon. Um aproveitamento de 4%. Que ninguém diga que eu aprendo rápido.
Ao poucos comecei a efetivamente fazer estratégias - não só táticas no estilo "bem, com isso na mão o que eu faço?". Se eu começava com a Velha Terra, eu ia atrás de planetas produtores baratos e algum desenvolvimento que permitisse produzir em um planeta windfall. Com Epsilon Eridani, o mesmo, mas me permitia fazer mais explorações e gastar um tiquinho mais nos planetas/desenvolvimentos. Com Nova Esparta, era preciso explorar +5 de forma a conseguir algum bom desenvolvimento rapidamente. Não dava sempre certo, até porque a tática nunca pode ir embora - querer encontrar algo não significava que você encontrará, nem que o fará cedo. Aumentei minha percentagem de vitórias para algo na faixa de 20% contra dois oponentes. Nada digno de nota, mas em comparação, foi um aprimoramento de 500%!
Quando cheguei às 500 ou 600 partidas, conseguia vencer 40% das vezes contra a IA com três oponentes. Não fui ainda além disso, nem sei se conseguirei, mas li que quem realmente conhece bem o jogo e é bom nele, vence 75% contra a IA com três oponentes. Ainda falta-me um longo caminho até ali.
O que faz essa curva de aprendizado ser tão grande?
Primeiro: os símbolos. O jogo tem vários e vários e, de começo, não ajudam em absolutamente nada. Com a experiência, vi que os ícones não somente fazem o serviço, como o realizam muito bem. Alguns símbolos são comuns e esses são deixados só com isso, mas sempre que há algum que seja diferenciado, há na carta um pequeno texto explicativo. O desenho do jogo em relação a isso é elegante e preciso, contudo certamente afasta os jogadores mais casuais;
Imagem por Aldaron
Segundo: a quantidade de cartas. Com o jogo base nem tanto, são só 114 cartas. Mas conhecê-las é uma necessidade para jogar bem. Cada expansão, como diz o nome, traz mais cartas e novas mecânicas ao jogo. Eu, pessoalmente, adorei a 2ª expansão e agora jogo quase exclusivamente com o jogo base + a expansão The Gathering Storm, já que eu aprecio a dinâmica diferente que vem dos Objetivos e as possibilidades de novas estratégias, ainda mais porque algumas ligeiramente mais fracas (como a militar) ficaram melhores. Após conhecer a 3ª expansão, a Race for the Galaxy: Rebel vs Imperium, também não a tirei mais em meus confrontos contra a IA do Keldon - somente a última expansão, a Brink of War, eu continuo ignorando;
Terceiro: relação entre as cartas. Raramente uma carta, sozinha, vencerá o jogo (tem a Loja de Brinquedos dos Alienígenas - Alien Toy Shop, no original -, que pode tecnicamente vencer sozinha, mas não é algo comum). Ou seja, é necessário aprender quais cartas combinam bem com quais. Todavia, isso só realmente ocorrerá após conhecer todas as cartas, o que pode tomar bastante tempo;
Quarto: saber o que fazer e, tão importante quanto, saber quando fazer. Suas ações impactam nos demais, que podem utilizá-las, e as dos outros afetam o andamento de seu jogo também. Você pode querer muito colocar um desenvolvimento em jogo, mas se um de seus oponentes tem 7 ou mais cartas na mão, isso pode significar que ele abaixará um desenvolvimento de valor 6. Produzir vale quando o seu oponente, além de ter vários planetas produtores, ainda ganhará várias cartas com essa ação? Consumir x2 pode lhe valer mais, mas um Trocar/Consumir pode obrigar um oponente a gastar os produtos dele sem poder dobrar e nem trocar. Se alguém está indo forte na estratégia militar, vale supor que ele chamará a ação de Colonizar, então que tal ao invés de você chamar essa ação (mesmo que queira), chamar Produção, já prevendo a coleta de um recurso a mais se o dito oponente realmente chamar Colonizar? Enfim, um bom naco da estratégia do jogo reside aqui.
Esses são os pontos principais, mas há outros: controlar o que as cartas dos outros fazem, em que ponto do jogo está em relação aos gatilhos do final da partida, etc. Ou seja, como disse, um jogo complexo.
Tema:
O Race for the Galaxy, em tese, é um jogo de desenvolvimento de uma civilização: colonizando, produzindo, vendendo, descobrindo tecnologias. É o que ocorre em termos de ações, mas não o que sente-se fazendo. No entanto, faz sentido.
Um planeta rebelde não pode ser colonizado sem o uso de força militar. Produtos novos vendem, mas produtos raros custam mais. Uma Nave Colonial permite colonizar qualquer planeta (exceto os militares, rebeldes ou alienígenas), não importa o custo. Engenheiros Galáticos permitem que haja produção em planetas windfall. Isso tudo faz sentido. Eu aprecio isso, gosto do cuidado que houve em nomear as cartas e nos efeitos delas, quando eu penso no assunto. Entretanto, eu não me importo com essas coisas enquanto jogo - levo em consideração somente os efeitos e os custos das cartas. Ou seja, eu sei que a culpa do tema não me comover é minha. Por outro lado, avalio que é razoavelmente fácil usar as mesmas mecânicas em outros temas, e isso usualmente é um sinal de que a relação entre tema e funcionamento não é exatamente das mais fortes.
A arte do jogo ajuda o clima temático, mas nem nas imagens eu presto muita atenção também. Ao menos isso deve servir como indicativo de que eu fico concentrado na partida e que as mecânicas são suficientes para me envolver na brincadeira.
Produção:
É bem boa. A caixa é grande o suficiente para acomodar todas as cartas mesmo com sleeves, o que para mim é um grande benefício. As cartas são feitas em material durável e os marcadores de pontos são... suficientes, o que já é válido, mesmo que eu prefira que houvessem números ao invés de marcas indicativas.
A arte é excelente, colorida e bastante temática. Hoje em dia eu não presto mais atenção nela, devido ao costume, mas quando travo em alguma decisão e acabo "derivando", percebo que a arte é certamente bonita e bem-feita.
Imagem por Mulan
Diversão:
Vai variar. Eu me divirto, mas entenderia perfeitamente alguém que não gostasse da experiência do jogo. Sendo complexo, o Race for the Galaxyraramente agradará de primeira. Muitas vezes nem de segunda ou de terceira.
O sistema de escolha de ações que os demais podem utilizar (presente em jogos como o Puerto Rico e o San Juan) faz com que haja interação entre os participantes, então isso usualmente propicia divertimento, particularmente quando o jogo é entre amigos.
Contudo, mesmo para quem entende tudo, o Race for the Galaxy é um jogo em que a graça está em montar um mecanismo bem oleado, uma máquina de consumir produtos e cuspir pontos, um rolo compressor imperial que submete qualquer planeta ao seu jugo. Ou seja, ele não é divertido no sentido de rir durante a partida, e, sim, advém de ter previsto com precisão a escolha de ação de um oponente, do orgulho pela boa jogada, da corrida pela vitória.
Vale a compra?
Certamente. Não há nenhum jogo que eu me recorde que seja exatamente similar ao Race for the Galaxy. O San Juan é o mais próximo, sendo provavelmente uma das maiores influências no desenvolvimento do Race for the Galaxy, porém ter um não impede de possuir o outro.
Considerando a imensa re-jogabilidade que o Race for the Galaxy, o investimento de US$ 34.99 (pelo jogo base) será mais do que compensado. A expansão The Gathering Storm, que custa US$ 24.99, além dos Objetivos, também adiciona a possibilidade de um 5º jogador, algo bem bom, já que mais jogadores não implica num jogo mais longo, posto as ações serem simultâneas.
Mas fique avisado que será necessário empenho para entender o Race for the Galaxy de forma a jogá-lo bem. Se seu grupo de jogo é mais voltado para os jogos mais simples, de fácil entendimento, comprar o Race for the Galaxy pode ser um meio fácil de perder dinheiro, já que não é comum alguém querer repetir uma situação frustrante. Mas depois de umas três partidas, tudo começará a parecer mais claro e interessante.
E é isso!
Abs,
- A Colônia Perdida dos Humanos está a nossa frente, capitão - informou o tenente responsável pela logística. O capitão só resmungou em resposta. Ele sabia, podia ver muito bem.
- E qual é a novidade? - retrucou o capitão, azedado pela perspectiva da derrota. Ele era o responsável pela temida Armada de Nova Esparta, o líder de todo o planeta.
- Eles colonizaram a Zona dos Cometas - disse o tenente. Ele não sabia se deveria continuar. O capitão notou que a frase terminara num tom que denotava prosseguimento.
- E? - insistiu o capitão.
- E o Mundo das Especiarias - o tenente deu um passo para trás e se preparou.
- Não! A Especiaria deve fluir! - O capitão tentou se controlar. Foi uma tarefa bastante difícil. Era esperado que gritasse - ocorria de, às vezes, a fúria dominá-lo, mas, neste momento, ele precisava ponderar, avaliar. Recuperou a compostura. Mas era o maldito sexto planeta produtor que a Colônia Perdida dos Humanos colonizava. A as tecnologias - o Conglomerado de Mineração - deles estavam trabalhando quase ao máximo para inundar a galáxia com matéria-prima deles. Ela estava enriquecendo além da conta. Muito além da conta.
- Muito bem - falou, para ninguém em particular, talvez para si. - O próximo passo deles será desenvolver uma Associação de Livre Comércio, concorda?
- É possível, capitão. Eles certamente tem o complexo interplanetário para fazer isso valer o custo.
- Como está o desenvolvimento de nossos Soldados Espaciais?
- Praticamente completos, capitão - respondeu o tenente, avançando um passo. - Poderemos colocá-los em ação no próximo turno estelar.
- Excelente. Com eles conseguiremos dominar aqueles desgraçados e aproveitaremos o impulso de desenvolvimento galático para colocá-los a postos. Junto das Naves de Bombardeio, colocaremos de joelhos aquela desgarrada Frota de Batalha Alienígena!
- Isso deixará aberto o setor para que a Colônia Perdida possa colonizar algum outro planeta - lembrou o tenente.
- Sim, mas logo após colocar em funcionamento Associação de Livre Comércio? Não terão os recursos para isso - o capitão afirmou. - Agora, o que mais a Colônia fará? O que mais?
- Ativar a produção planetária para abastecer a Associação?
- É o que eu faria. Mas isso de nada nos ajudará. Precisamos pensar além. Além... - O capitão pausou e ruminou uma ideia que não lhe era atrativa, pois desgostava de deixar seu destino nas mãos da Sorte. No entanto, não havia outra opção viável. - Lance todas as naves de exploração.
- Sim, senhor. O que elas iram procurar, capitão?
- Os meios para formarmos uma Nova Ordem Militar, tenente - replicou o capitão, sonhador. - Uma Nova Ordem Militar - repetiu. - Isso é uma corrida agora e, por Nova Esparta, iremos vencer!
Os demais militares na ponte de comando ecoaram: - Por Nova Esparta!
RACE FOR THE GALAXY - O JOGO
Imagem por Surya
Geral:
Race for the Galaxy é um jogo de cartas em que cada participante tenta desenvolver sua civilização a partir de um único planeta. Para isso é possível explorar, desenvolver, colonizar, produzir e consumir bens. A melhor civilização vencerá!
Regras:
Aqui farei um resumo tal que deixará muitos horrorizados, mas a verdade é que o Race for the Galaxy, com suas várias minúcias é um desafio para qualquer explicação pormenorizada que se mantenha dentro de uma quantidade razoável de linhas. Você pode abaixar as regras (em inglês) aqui. Uma opção para as regras, em português, está aqui. Isto posto, sigo ao sumário.
Existem 7 ações possíveis:
I Explorar +5 - permite que o jogador compre 5 cartas da pilha e fique com uma delas. É a melhor opção quando se quer encontrar uma carta específica. Os demais comprar 2 cartas e ficam com 1 delas, descartando a outra;
II Explorar +1, +1 - permite comprar 3 cartas da pilha e ficar com 2 delas, descartando a outra. Os demais compram 2 e ficam com uma. Esta ação é usualmente para conseguir cartas para gastar e, eventualmente, de forma a conseguir alguma carta boa, mas sem muita exigência;
III Desenvolver - permite que o jogador abaixe para a mesa uma carta de desenvolvimento pagando uma carta a menos que o custo usual. Os demais podem desenvolver também, porém pagando o custo normal. Estas cartas evolvem várias áreas de jogo e, normalmente, são as que possibilitam maximizar o uso de cartas ações (em particular Troca e Consumo). As cartas de desenvolvimento de custo 6 podem pender bastante a balança do jogo na direção de quem a fez;
Imagem por EndersGame
IV Colonizar - permite que o jogador abaixe uma carta de planeta para a mesa, com o benefício de ganhar uma carta após fazer a colonização. Os demais podem colonizar também, mas não ganham a carta extra ao final da ação. Feito para permitir produção, não tanto para pontos. Existem os planetas militares e os rebeldes, que não podem, a princípio, ser colonizados, somente conquistados por força militar - esses planetas tendem a valer mais pontos, mas produzirem menos;
V Trocar/Consumir - permite ao jogador vender a produção de um de seus planetas e receber cartas de acordo com o tipo de produto, então, o jogador deve consumir os demais produtos nos planetas tiverem a capacidade para isso, seja rendendo pontos, seja cartas. Os demais não podem fazer a ação de troca, mas devem consumir se tiverem planetas para isso. É a maneira mais rápida de conseguir cartas, pois certos produtos valem até 5 cartas. Há ainda a vantagem de, possivelmente, conseguir alguns pontos com isso;
VI Consumir x2 - não permite trocas diretas, mas faz com que os ganhos em pontos seja dobrado. Somente quem chamou a ação pode utilizá-la, os demais não obtém nenhum benefício dela. É a ação essencial para quem seguiu pesado na rota Colonizar / Produzir;
VII Produzir - todos os planetas produtores, bem, produzem, como adicional quem puxou a ação produz em um planeta windfall. Os demais também produzem em seus planetas produtores, mas não em planetas windfall. É a última ação a ser realizada na rodada.
Somente as ações chamadas pelos jogadores são realizadas. Portanto, em uma situação hipotética, numa partida de 4 pessoas, um escolheExplorar +1, +1, dois optam por Desenvolver e um por Produzir. Isso significa que só 3 das ações serão resolvidas (não há dois turnos de desenvolvimento, só um, mas os dois jogadores que chamaram a ação terão o benefício de pagarem uma carta a menos para desenvolver). Ou seja, Explorar +5, Colonizar, Trocar/Consumir e Consumir x2 não serão feitas.
Existem várias, várias e várias cartas que podem alterar o efeito das ações, mas essa é a base.
O jogo tem dois gatilhos para terminar:
- Os pontos (12 por jogador) acabarem;
ou
- Um jogador colocar na mesa a 12ª carta.
Em ambos os casos todas as fases chamadas ainda são executadas (ou seja, segue até a fase de Produção). Ao final, quem tiver mais pontos, vence!
Pareceu simples, não é? Que erro. Isso em boa parte explica sua...
Profundidade:
Senta que lá vem história. Em minha primeira partida, eu não entendi praticamente nada. Foram uns 30, 40 minutos longe de serem agradáveis. Veja bem, o jogo foi bem explicado, eu só não consegui acompanhar. Assim, eu "joguei" sem entender o porque fazia as coisas que fazia. Aquele que explicou o jogo dava dicas e, basicamente, teve de jogar por mim. Fiz uns 15 pontos, ficando na rabeira. Ok, Race for the Galaxy nunca mais, prometi. E cumpri muito bem essa promessa... por um tempo.
Porém, como o BGG é um de meus vícios, ficava sempre vendo o Race for the Galaxy aparecendo em lista de jogos favoritos, de jogos bons, de jogos complexos que eventualmente compensavam o esforço de aprendê-lo. Ignorei isso pelo tempo que pude até dar um "dane-se, vamos ver então se isso é tudo verdade". É sim. Meti-me a aprender na marra, lendo o manual, jogando partidas em que era massacrado e mal e mal entendia como tal surra ocorria. Eu ficava no feijão com arroz de ir sempre pelo caminho militar. Era o único que eu entendia razoavelmente. Consegui vencer assim umas duas vezes - em umas 50 partidas contra a IA o programa Keldon. Um aproveitamento de 4%. Que ninguém diga que eu aprendo rápido.
Ao poucos comecei a efetivamente fazer estratégias - não só táticas no estilo "bem, com isso na mão o que eu faço?". Se eu começava com a Velha Terra, eu ia atrás de planetas produtores baratos e algum desenvolvimento que permitisse produzir em um planeta windfall. Com Epsilon Eridani, o mesmo, mas me permitia fazer mais explorações e gastar um tiquinho mais nos planetas/desenvolvimentos. Com Nova Esparta, era preciso explorar +5 de forma a conseguir algum bom desenvolvimento rapidamente. Não dava sempre certo, até porque a tática nunca pode ir embora - querer encontrar algo não significava que você encontrará, nem que o fará cedo. Aumentei minha percentagem de vitórias para algo na faixa de 20% contra dois oponentes. Nada digno de nota, mas em comparação, foi um aprimoramento de 500%!
Quando cheguei às 500 ou 600 partidas, conseguia vencer 40% das vezes contra a IA com três oponentes. Não fui ainda além disso, nem sei se conseguirei, mas li que quem realmente conhece bem o jogo e é bom nele, vence 75% contra a IA com três oponentes. Ainda falta-me um longo caminho até ali.
O que faz essa curva de aprendizado ser tão grande?
Primeiro: os símbolos. O jogo tem vários e vários e, de começo, não ajudam em absolutamente nada. Com a experiência, vi que os ícones não somente fazem o serviço, como o realizam muito bem. Alguns símbolos são comuns e esses são deixados só com isso, mas sempre que há algum que seja diferenciado, há na carta um pequeno texto explicativo. O desenho do jogo em relação a isso é elegante e preciso, contudo certamente afasta os jogadores mais casuais;
Imagem por Aldaron
Segundo: a quantidade de cartas. Com o jogo base nem tanto, são só 114 cartas. Mas conhecê-las é uma necessidade para jogar bem. Cada expansão, como diz o nome, traz mais cartas e novas mecânicas ao jogo. Eu, pessoalmente, adorei a 2ª expansão e agora jogo quase exclusivamente com o jogo base + a expansão The Gathering Storm, já que eu aprecio a dinâmica diferente que vem dos Objetivos e as possibilidades de novas estratégias, ainda mais porque algumas ligeiramente mais fracas (como a militar) ficaram melhores. Após conhecer a 3ª expansão, a Race for the Galaxy: Rebel vs Imperium, também não a tirei mais em meus confrontos contra a IA do Keldon - somente a última expansão, a Brink of War, eu continuo ignorando;
Terceiro: relação entre as cartas. Raramente uma carta, sozinha, vencerá o jogo (tem a Loja de Brinquedos dos Alienígenas - Alien Toy Shop, no original -, que pode tecnicamente vencer sozinha, mas não é algo comum). Ou seja, é necessário aprender quais cartas combinam bem com quais. Todavia, isso só realmente ocorrerá após conhecer todas as cartas, o que pode tomar bastante tempo;
Quarto: saber o que fazer e, tão importante quanto, saber quando fazer. Suas ações impactam nos demais, que podem utilizá-las, e as dos outros afetam o andamento de seu jogo também. Você pode querer muito colocar um desenvolvimento em jogo, mas se um de seus oponentes tem 7 ou mais cartas na mão, isso pode significar que ele abaixará um desenvolvimento de valor 6. Produzir vale quando o seu oponente, além de ter vários planetas produtores, ainda ganhará várias cartas com essa ação? Consumir x2 pode lhe valer mais, mas um Trocar/Consumir pode obrigar um oponente a gastar os produtos dele sem poder dobrar e nem trocar. Se alguém está indo forte na estratégia militar, vale supor que ele chamará a ação de Colonizar, então que tal ao invés de você chamar essa ação (mesmo que queira), chamar Produção, já prevendo a coleta de um recurso a mais se o dito oponente realmente chamar Colonizar? Enfim, um bom naco da estratégia do jogo reside aqui.
Esses são os pontos principais, mas há outros: controlar o que as cartas dos outros fazem, em que ponto do jogo está em relação aos gatilhos do final da partida, etc. Ou seja, como disse, um jogo complexo.
Tema:
O Race for the Galaxy, em tese, é um jogo de desenvolvimento de uma civilização: colonizando, produzindo, vendendo, descobrindo tecnologias. É o que ocorre em termos de ações, mas não o que sente-se fazendo. No entanto, faz sentido.
Um planeta rebelde não pode ser colonizado sem o uso de força militar. Produtos novos vendem, mas produtos raros custam mais. Uma Nave Colonial permite colonizar qualquer planeta (exceto os militares, rebeldes ou alienígenas), não importa o custo. Engenheiros Galáticos permitem que haja produção em planetas windfall. Isso tudo faz sentido. Eu aprecio isso, gosto do cuidado que houve em nomear as cartas e nos efeitos delas, quando eu penso no assunto. Entretanto, eu não me importo com essas coisas enquanto jogo - levo em consideração somente os efeitos e os custos das cartas. Ou seja, eu sei que a culpa do tema não me comover é minha. Por outro lado, avalio que é razoavelmente fácil usar as mesmas mecânicas em outros temas, e isso usualmente é um sinal de que a relação entre tema e funcionamento não é exatamente das mais fortes.
A arte do jogo ajuda o clima temático, mas nem nas imagens eu presto muita atenção também. Ao menos isso deve servir como indicativo de que eu fico concentrado na partida e que as mecânicas são suficientes para me envolver na brincadeira.
Produção:
É bem boa. A caixa é grande o suficiente para acomodar todas as cartas mesmo com sleeves, o que para mim é um grande benefício. As cartas são feitas em material durável e os marcadores de pontos são... suficientes, o que já é válido, mesmo que eu prefira que houvessem números ao invés de marcas indicativas.
A arte é excelente, colorida e bastante temática. Hoje em dia eu não presto mais atenção nela, devido ao costume, mas quando travo em alguma decisão e acabo "derivando", percebo que a arte é certamente bonita e bem-feita.
Imagem por Mulan
Diversão:
Vai variar. Eu me divirto, mas entenderia perfeitamente alguém que não gostasse da experiência do jogo. Sendo complexo, o Race for the Galaxyraramente agradará de primeira. Muitas vezes nem de segunda ou de terceira.
O sistema de escolha de ações que os demais podem utilizar (presente em jogos como o Puerto Rico e o San Juan) faz com que haja interação entre os participantes, então isso usualmente propicia divertimento, particularmente quando o jogo é entre amigos.
Contudo, mesmo para quem entende tudo, o Race for the Galaxy é um jogo em que a graça está em montar um mecanismo bem oleado, uma máquina de consumir produtos e cuspir pontos, um rolo compressor imperial que submete qualquer planeta ao seu jugo. Ou seja, ele não é divertido no sentido de rir durante a partida, e, sim, advém de ter previsto com precisão a escolha de ação de um oponente, do orgulho pela boa jogada, da corrida pela vitória.
Vale a compra?
Certamente. Não há nenhum jogo que eu me recorde que seja exatamente similar ao Race for the Galaxy. O San Juan é o mais próximo, sendo provavelmente uma das maiores influências no desenvolvimento do Race for the Galaxy, porém ter um não impede de possuir o outro.
Considerando a imensa re-jogabilidade que o Race for the Galaxy, o investimento de US$ 34.99 (pelo jogo base) será mais do que compensado. A expansão The Gathering Storm, que custa US$ 24.99, além dos Objetivos, também adiciona a possibilidade de um 5º jogador, algo bem bom, já que mais jogadores não implica num jogo mais longo, posto as ações serem simultâneas.
Mas fique avisado que será necessário empenho para entender o Race for the Galaxy de forma a jogá-lo bem. Se seu grupo de jogo é mais voltado para os jogos mais simples, de fácil entendimento, comprar o Race for the Galaxy pode ser um meio fácil de perder dinheiro, já que não é comum alguém querer repetir uma situação frustrante. Mas depois de umas três partidas, tudo começará a parecer mais claro e interessante.
E é isso!
Abs,
Última edição por tiagovip em Dom Ago 10, 2014 2:55 pm, editado 2 vez(es)
Re: Race for the Galaxy - resenha
doizinho escreveu:Muito boa a resenha como sempre.
Aham, sei.
Bem, a mesma foi publicada em nosso blogue: http://curitibaludica.wordpress.com/2014/08/07/race-for-the-galaxy-resenha/
Abs,
Re: Race for the Galaxy - resenha
Eu recomendo essa resenha fortemente, o Perretto já havia publicado ela no BGG há alguns anos, mas graças a ter lido ela que me interessei pelo jogo e comprei na ocasião, é um de meus jogos favoritos sem sombra de dúvidas.
Re: Race for the Galaxy - resenha
Que bacana essa resenha.
Eu como jogador casual começando a entrar mais a sério nesse mundo tenho pesquisado muitos jogos, lido regras, jogado algumas coisas online etc. Até para eu entender melhor o que vocês falam por aqui, e começar a comprar jogos mais bacanas.
Este Race for the Galaxy é justamente um tipo de jogo que um casual como eu vê a nota no BGG, vê um monte de gente jogando e comentando sobre o jogo e não entende nada! Realmente não é um jogo atraente para quem não é um gamer mais heavy.
Aí você lê uma resenha dessa relatando todo este investimento pessoal em aprender e entender o jogo... e dá uma vontade de jogar!
Belo texto, e lá vou eu tentar entender o jogo!
Ps. Apenas para conhecimento e possível edição do texto, o link para as regras traduzidas não possui mais o arquivo, que foi transferido para este lugar.
Eu como jogador casual começando a entrar mais a sério nesse mundo tenho pesquisado muitos jogos, lido regras, jogado algumas coisas online etc. Até para eu entender melhor o que vocês falam por aqui, e começar a comprar jogos mais bacanas.
Este Race for the Galaxy é justamente um tipo de jogo que um casual como eu vê a nota no BGG, vê um monte de gente jogando e comentando sobre o jogo e não entende nada! Realmente não é um jogo atraente para quem não é um gamer mais heavy.
Aí você lê uma resenha dessa relatando todo este investimento pessoal em aprender e entender o jogo... e dá uma vontade de jogar!
Belo texto, e lá vou eu tentar entender o jogo!
Ps. Apenas para conhecimento e possível edição do texto, o link para as regras traduzidas não possui mais o arquivo, que foi transferido para este lugar.
Reffip- Power Grid
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Re: Race for the Galaxy - resenha
Reffip, irei levar o Race hoje a noite na Lambda, não é um jogo tão complicado de entender as regras, é complicado de formar estratégias.
Re: Race for the Galaxy - resenha
Trentini escreveu:Reffip, irei levar o Race hoje a noite na Lambda, não é um jogo tão complicado de entender as regras, é complicado de formar estratégias.
Ahhh sim, é de fato um jogo fácil, deglutível... sentou pra jogar, 3 minutos de regra e tá mandando ver já. O Perreto coitado sofreu assim pq seu intelecto é mto humano, se fosse superior como o do Trentini... aí sim!
Re: Race for the Galaxy - resenha
Trentini escreveu:Reffip, irei levar o Race hoje a noite na Lambda, não é um jogo tão complicado de entender as regras, é complicado de formar estratégias.
Re: Race for the Galaxy - resenha
Trentini brincalhão:Trentini escreveu:Reffip, irei levar o Race hoje a noite na Lambda, não é um jogo tão complicado de entender as regras, é complicado de formar estratégias.
Soar- Arkham Horror
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Re: Race for the Galaxy - resenha
Ótima resenha, fiquei até com vontade de jogar de novo.
Binderman- Middle-earth Quest
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Re: Race for the Galaxy - resenha
Sério que vocês acham que o Race é complicado de REGRAS? Sempre achei que a dificuldade no jogo estava em entender os combos e montar estratégias.
Re: Race for the Galaxy - resenha
Trentini escreveu:Sério que vocês acham que o Race é complicado de REGRAS? Sempre achei que a dificuldade no jogo estava em entender os combos e montar estratégias.
Se a pessoa é um gamer experiente acredito que não demore para entender as regras. Mas eu já tentei mostrar para vários iniciantes e a dificuldade é bem grande, primeiro em entender as regras e depois em entender o que precisa ser feito para ganhar.
Binderman- Middle-earth Quest
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Re: Race for the Galaxy - resenha
Bom eu costumo dizer que quem já jogou Puerto Rico tem uma facilidade tremenda em entender as regras do jogo, ontem eu ensinei o Osmar, infelizmente acabamos não jogando por outros motivos, mas espero na próxima ocasião dar uma repassada nas regras e jogarmos para ver as dificuldades surgindo, mas me pareceu que ele compreendeu direito o que expliquei.
Re: Race for the Galaxy - resenha
Trentini escreveu:Bom eu costumo dizer que quem já jogou Puerto Rico tem uma facilidade tremenda em entender as regras do jogo, ontem eu ensinei o Osmar, infelizmente acabamos não jogando por outros motivos, mas espero na próxima ocasião dar uma repassada nas regras e jogarmos para ver as dificuldades surgindo, mas me pareceu que ele compreendeu direito o que expliquei.
Bem, eu achei complexo quando me foi explicado. Isso, no entanto, foi comigo. Outros certamente terão relações diferentes com as regras.
Abs,
Re: Race for the Galaxy - resenha
Se não me engano, este jogo simples de ser explicado demorou mais de 30 minutos pra ser ensinado nesta ocasião. E não foi jogado. Afinal, da proxima vez o ensinado vai lembrar toda a regra, ja que é um jogo simples.Trentini escreveu:Bom eu costumo dizer que quem já jogou Puerto Rico tem uma facilidade tremenda em entender as regras do jogo, ontem eu ensinei o Osmar, infelizmente acabamos não jogando por outros motivos, mas espero na próxima ocasião dar uma repassada nas regras e jogarmos para ver as dificuldades surgindo, mas me pareceu que ele compreendeu direito o que expliquei.
Lembro que nas minhas primeiras 5 partidas me senti o cara mais ignóbil do universo. Aliás, me sinto assim sem o player aid até hoje, haha. Mas talvez este jogo exista para ser compreendido por super-humanos mesmo.
-------------
De todo modo, um jogão. Vale a pena perseverança.
Re: Race for the Galaxy - resenha
Voltando...
Nesta semana me dediquei um pouco a aprender a jogar este jogo. A explicação do Trentini na Lambda foi bacana, mas como não jogamos acabou meio que passando batido.
Joguei por volta de 15 partidas nessa semana, algumas no BGA, outras no Keldon.
Minha impressão neste momento é a de que realmente no quesito regras\mecanica é tudo muito simples mesmo. Toda a dificuldade está no entendimento das estratégias, da influencia que suas ações tem sobre os adversários e o mais difícil: Fazer tudo isso em ritmo de corrida.
Estou curtindo bastante o jogo, consegui vencer 3 partidas... mas há uma outra impressão que me incomoda um pouco neste momento: Eu praticamente nem vejo a arte\tema das cartas. Eu só vejo os símbolos, e o jogo fica quase totalmente abstrato pra mim.
O que é um pouco do que o Tiago relatou, me parece que há um super investimento em tema, mas ainda assim o tema fica de lado na hora de correr e fazer ponto.
Claro que alguns fatores devem influenciar bastante nisso (não ter as cartas reais na mão, e estar em fase de aprendizado), mas ainda assim eu esperava curtir mais o tema. Será que isso vem depois?
Enfim, vou treinar mais um pouco, quando aparecer lá na lambda quero renovar estas impressões com as cartas na mão!
Nesta semana me dediquei um pouco a aprender a jogar este jogo. A explicação do Trentini na Lambda foi bacana, mas como não jogamos acabou meio que passando batido.
Joguei por volta de 15 partidas nessa semana, algumas no BGA, outras no Keldon.
Minha impressão neste momento é a de que realmente no quesito regras\mecanica é tudo muito simples mesmo. Toda a dificuldade está no entendimento das estratégias, da influencia que suas ações tem sobre os adversários e o mais difícil: Fazer tudo isso em ritmo de corrida.
Estou curtindo bastante o jogo, consegui vencer 3 partidas... mas há uma outra impressão que me incomoda um pouco neste momento: Eu praticamente nem vejo a arte\tema das cartas. Eu só vejo os símbolos, e o jogo fica quase totalmente abstrato pra mim.
O que é um pouco do que o Tiago relatou, me parece que há um super investimento em tema, mas ainda assim o tema fica de lado na hora de correr e fazer ponto.
Claro que alguns fatores devem influenciar bastante nisso (não ter as cartas reais na mão, e estar em fase de aprendizado), mas ainda assim eu esperava curtir mais o tema. Será que isso vem depois?
Enfim, vou treinar mais um pouco, quando aparecer lá na lambda quero renovar estas impressões com as cartas na mão!
Reffip- Power Grid
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Re: Race for the Galaxy - resenha
Reffip escreveu:Claro que alguns fatores devem influenciar bastante nisso (não ter as cartas reais na mão, e estar em fase de aprendizado), mas ainda assim eu esperava curtir mais o tema. Será que isso vem depois?
Não!
Depois você pensará ainda menos no tema.
Abs,
Re: Race for the Galaxy - resenha
tiagovip escreveu:Reffip escreveu:Claro que alguns fatores devem influenciar bastante nisso (não ter as cartas reais na mão, e estar em fase de aprendizado), mas ainda assim eu esperava curtir mais o tema. Será que isso vem depois?
Não!
Depois você pensará ainda menos no tema.
Abs,
Me parece que é isso mesmo. Veremos!
Reffip- Power Grid
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Localização : Curitiba
Re: Race for the Galaxy - resenha
tiagovip escreveu:Reffip escreveu:Claro que alguns fatores devem influenciar bastante nisso (não ter as cartas reais na mão, e estar em fase de aprendizado), mas ainda assim eu esperava curtir mais o tema. Será que isso vem depois?
Não!
Depois você pensará ainda menos no tema.
Abs,
Concordo. Principalmente por você ser um burocrata, o imperador da galáxia, ou seja, você não faz nada legal, como invadir planetas, pilotar uma nave, etc...
Binderman- Middle-earth Quest
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Localização : Universo observável
Re: Race for the Galaxy - resenha
Realmente, a despeito das ilustrações, nomes nas cartas e efeitos que normalmente fazem sentido, não me sinto um imperador galático jogando Race.
Porem, tudo no jogo tem um bom contexto, a ponto de eu não me sentir totalmente fora do tema.
Porem, tudo no jogo tem um bom contexto, a ponto de eu não me sentir totalmente fora do tema.
Re: Race for the Galaxy - resenha
Piazada
tive o mesmo problema com esse jogo que eu tive com o dominion.
Parece que cada um joga sozinho e no final conta os pontos.
Soh joguei uma partida 1x1, mas tive essa impressão
isso melhora com o tempo?
tive o mesmo problema com esse jogo que eu tive com o dominion.
Parece que cada um joga sozinho e no final conta os pontos.
Soh joguei uma partida 1x1, mas tive essa impressão
isso melhora com o tempo?
geovanni- Battlestar Galactica
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Data de inscrição : 26/05/2013
Re: Race for the Galaxy - resenha
geovanni escreveu:Piazada
tive o mesmo problema com esse jogo que eu tive com o dominion.
Parece que cada um joga sozinho e no final conta os pontos.
Soh joguei uma partida 1x1, mas tive essa impressão
isso melhora com o tempo?
Assim, é e não é. As expansões vão acrescentando pontos de convergência. A 1a expansão traz os objetivos, e compete-se por eles, então fica-se olhando atentamente o que o outro está fazendo, para que ele não complete algum antes de você, ou esteja posicionado para um ou até os dois dos grandes objetivos ao final da partida. Ok, não é uma mega interação, mas está aí e é importante.
A 2a expansão traz os takeover. Não é tão significativo quanto os objetivos. Basicamente, existem algumas cartas que permitem a um jogador tentar conquistar planetas militares de alguma outra pessoa. Mas só em condições específicas (tem que ser um planeta rebelde, ou em seu tableau tem que ter cartas Imperium). Ou seja, não é algo costumeiro. Na maioria das partidas não ocorrerá sequer 1 takeover. Mas pode ser importante, principalmente jogando em mais de 2 pessoas (pois haverá mais opções de planetas passíveis de conquista).
A 3a expansão traz o prestígio. Não joguei com isso para opinar com propriedade, mas sei que é um ponto de encontro porque a cada rodada quem tem mais marca ponto, além de outros efeitos.
Agora, relevante mesmo é sugar ações dos outros. É muito difícil ser competitivo numa partida se você deixa constantemente passar fases chamadas pelos outros. Então é preciso avaliar se o outro vai colonizar, produzir, explorar, etc. Tem-se que aproveitar disso ao máximo, e, tanto mais, fazer o outro ter de passar. Chamar produção porque acredita que seu oponente, forte no militar, vai chamar colonizar, e com isso, você coloca um planeta produtor (sabendo que a maioria dos planetas militares não são de produção, ou, mesmo que seja, é raro um tableau militar com capacidade para usar a produção para qualquer coisa além de vender), quem sabe até ativando algum bônus para compra de cartas, e, na rodada seguinte, tascar um desenvolvimento + x2.
Abs,
Re: Race for the Galaxy - resenha
Ah, sim, e é difícil argumentar em pró do multi-player solitaire quando...
Ou
Ou
Re: Race for the Galaxy - resenha
Vamos aguardar as expansões então
o jogo eh realmente bem estrategico, com mais elementos que o dominion, mas nao interagir as vezes me deixa incomodado, afinal a partida eh jogada em grupo
Realmente conhecendo o jogo da pra tentar se aproveitar das jogadas dos outros, mas isso deixa o jogo mais estrategico mas nao muito mais interativo
mas eu sou chato com essas coisas. Curti joga-lo, afinal
Obrigado pela resposta ai perreto
o jogo eh realmente bem estrategico, com mais elementos que o dominion, mas nao interagir as vezes me deixa incomodado, afinal a partida eh jogada em grupo
Realmente conhecendo o jogo da pra tentar se aproveitar das jogadas dos outros, mas isso deixa o jogo mais estrategico mas nao muito mais interativo
mas eu sou chato com essas coisas. Curti joga-lo, afinal
Obrigado pela resposta ai perreto
geovanni- Battlestar Galactica
- Mensagens : 273
Data de inscrição : 26/05/2013
Re: Race for the Galaxy - resenha
geovanni escreveu:Vamos aguardar as expansões então
o jogo eh realmente bem estrategico, com mais elementos que o dominion, mas nao interagir as vezes me deixa incomodado, afinal a partida eh jogada em grupo
Realmente conhecendo o jogo da pra tentar se aproveitar das jogadas dos outros, mas isso deixa o jogo mais estrategico mas nao muito mais interativo
mas eu sou chato com essas coisas. Curti joga-lo, afinal
Obrigado pela resposta ai perreto
Se quiser saber mais sobre as expansões do primeiro arco fiz uma resenha delas e está aqui nesse tópico:
https://curitibaludica.forumeiros.com/t736-race-for-the-galaxy-primeiro-arco-de-expansoes?highlight=Race+for+the+Galaxy
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